São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 2011

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ANÁLISE

Americanos não querem ser mudados, mas consertados


UM DIA OBAMA TENTA FAZER O CONGRESSO ENXERGAR O BOM SENSO. NO DIA SEGUINTE, É O PROGRESSISTA QUE RECLAMA DA INJUSTIÇA SOCIAL


CLIVE CROOK
DO "FINANCIAL TIMES"

A tentativa de um segundo estímulo fiscal tem apenas uma semana de idade e, no momento em que Obama se prepara para fazer um segundo anúncio sobre o assunto, hoje, já enfrenta problemas.
As esperanças de aprovação de uma lei dos empregos americanos diminuíram quando a Casa Branca começou a explicar como quer pagar por ela: elevando impostos pagos pelos mais ricos.
Um dia Obama é o outsider pragmático que tenta fazer o Congresso enxergar o bom senso. No dia seguinte, ele é o progressista ardente que reclama da injustiça social.
Na semana passada, ele foi criticado não apenas por progressistas decepcionados e centristas idem, mas por profissionais de seu partido.
Por que os republicanos ganharam por maioria avassaladora em 2010? Por que o apoio a Obama continua a cair? Por que sua reeleição no próximo ano está em dúvida?
Os analistas progressistas têm duas teorias principais. Uma delas é que o Partido Democrata foi tímido demais em 2008-10, de modo que partidários estão se desligando.
Essa primeira teoria deixa implícito que muitos dos eleitores do partido são estúpidos. A segunda, pelo contrário, é que o resto do país é estúpido: os americanos se esqueceram de como a recessão começou, não conseguem enxergar o que é o Partido Republicano e querem punir os políticos em exercício.
Minha teoria é que a América média se interessa pela visão progressista de atuação maior do governo e impostos mais altos não mais do que se interessa pela visão republicana do Estado mínimo.
O país não quer ser transformado em uma direção ou outra: quer ser consertado.
Tradução de CLARA ALLAIN



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