São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 2011

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Ex-diretor do FMI admite 'falha moral'

Dominique Strauss-Kahn falou em canal francês de TV sobre as acusações de violência sexual contra camareira

Ele admitiu ter mantido 'relação inapropriada' com empregada, mas nega que o ato tenha envolvido violência

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dominique Strauss-Kahn, ex-diretor do FMI, reconheceu ontem que manteve uma "relação inapropriada" e que cometeu uma "falta moral" no hotel Sofitel de Nova York.
Strauss-Kahn, 62, é acusado pela camareira Nafissatou Diallo, 32, de tentar estuprá-la em maio passado, em um quarto do hotel.
O ex-diretor, que permaneceu 50 dias preso até ser solto no início de julho, falou ao canal francês de TV TF1.
Foi sua primeira entrevista desde o início do escândalo que lhe custou o cargo no FMI e sepultou as chances de ser candidato a presidente da França.
O ex-diretor afirmou durante a entrevista que a relação que manteve com a camareira foi "inapropriada", por tê-lo feito faltar com o "seu compromisso com os franceses".
Strauss-Kahn, porém, negou ter havido violência, constrangimento ou coerção. Ele reafirmou, ainda, sua inocência diante da denúncia.

CIVIL
"Estou contente que as acusações tenham sido retiradas", disse durante a entrevista à televisão francesa.
As denúncias foram anuladas por falta de provas e após terem sido constatadas contradições na versão da camareira.
O procedimento penal nos EUA foi concluído, mas o processo civil segue em curso -em relação ao qual o ex-diretor diz que não tem intenção de entrar em negociações com a acusadora.
Questionado sobre o dia de sua detenção e os métodos empregados pelas autoridades americanas, o francês afirmou ter sentido medo.
"Quando entramos nessa máquina, temos a impressão de que podem nos destroçar."
Strauss-Kahn afirmou à TF1 que é "possível" que ele tenha sido vítima de um complô -respondeu à entrevistadora dizendo: "Veremos".
A entrevista abordou a relação do ex-diretor com as mulheres em geral. Na França, Strauss-Kahn enfrenta denúncia similar à da camareira. A jornalista francesa Tristane Banon, 32, diz que ele tentou estuprá-la em 2003.
Ele afirma que essa mulher apresentou à opinião pública uma "versão imaginada" do que houve entre os dois.
Ele manifestou "respeito pelas mulheres" e negou manter "relações de poder".

PRESIDÊNCIA
Em relação a seu futuro político, Strauss-Kahn confirmou a expectativa de que tivesse intenções de concorrer às eleições presidenciais francesas de 2012. "Queria ser candidato", disse -e, "evidentemente", não será mais.
"Não sou candidato a nada e tenho intenção de descansar", afirmou. "Vou me dar um tempo para refletir."
A jornalista que conduziu a entrevista, Claire Chazal, é amiga de Anne Sinclair, mulher de Strauss-Kahn.



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