DA REDAÇÃO

A América Latina é considerada pelos especialistas como a região do mundo com menor risco de ser palco de atentados terroristas islâmicos. Apesar de dois atentados ocorridos em Buenos Aires nos anos 90, atribuídos a uma conexão iraniana, o subcontinente deve ficar longe do "olho do furacão", dizem analistas.
Mas esse furacão pode aproximar-se da região, mesmo que de modo oblíquo, advertem autoridades americanas. O chefe do Comando Sul dos EUA, James Hill, insistiu, numa recente visita ao Uruguai, que a Tríplice Fronteira continua sendo um local de operação de subgrupos radicais, para a lavagem de dinheiro usado para financiar as atividades terroristas.
Para Geraldo Cavagnari, coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Estadual de Campinas, o Brasil não é alvo do terrorismo por causa da política de não-alinhamento automático com país nenhum.
Farid Kahhat, do Centro de Investigação e Ensino Econômico do México, afirma que esse distanciamento da América Latina não deve perdurar. "Mais cedo ou mais tarde, os países da latino-americanos vão ter de se envolver", afirma Kahhat.
Para ele, a aproximação da economia da América Latina com os EUA leva a esse envolvimento, pois a política do subcontinente "está baseada em tudo o que está em jogo para Washington".