|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Negociações sobre restituição de Zelaya recomeçam hoje
Na Embaixada do Brasil, onde líder deposto está há quatro semanas, há pessimismo sobre acordo
FABIANO MAISONNAVE
ANA FLOR
ENVIADOS ESPECIAIS A TEGUCIGALPA
Os delegados de Manuel Zelaya e do governo interino de
Roberto Micheletti voltam a se
reunir hoje em Tegucigalpa para novamente discutir o impasse sobre um acordo para a restituição do presidente deposto.
Desde a última terça-feira, as
negociações estão concentradas numa fórmula para a eventual volta de Zelaya à Presidência. Micheletti insiste em que
um acordo entre as partes tem
de ser submetido à Suprema
Corte, enquanto o presidente
deposto defende que a análise
seja feita pelo Congresso.
No cálculo de Micheletti, o
Judiciário barrará a volta de
Zelaya -em agosto, a Suprema
Corte já havia rechaçado o
Acordo de San José. A proposta, formulada pelo presidente
da Costa Rica, Óscar Arias, serve de base para as negociações
atuais em Tegucigalpa.
Já Zelaya acredita que o Congresso ratificará a sua volta à
Presidência, apesar de a maioria dos deputados (o sistema é
unicameral) ter apoiado a sua
destituição, em 28 de junho.
Caso não haja acordo hoje,
Zelaya, que já havia dado um
ultimato vencido na quinta-feira, promete não reconhecer as
eleições presidenciais de novembro, posição que vem mantendo desde que foi deposto.
Na embaixada brasileira, onde Zelaya completa hoje quatro
semanas abrigado, o clima é de
pessimismo sobre um acordo
no curto prazo, depois de uma
frustrada expectativa na semana passada.
O presidente deposto continua pressionando por uma
maior atuação dos EUA, principal parceiro econômico hondurenho. Em recente conversa
por telefone com Zelaya, o embaixador americano, Hugo Llorens, prometeu que seu país
ainda fará "um gol aos 49 minutos do segundo tempo", em favor da restituição. É uma alusão à vitória de quarta-feira
contra a Costa Rica, em que um
gol americano no último minuto classificou Honduras para a
Copa do Mundo, por meio de
uma combinação de resultados.
Anteontem, morreu o líder
sindical Jairo Sánchez, ferido
em uma marcha da resistência
em setembro. Presidente do
Sindicato dos Trabalhadores
do Instituto de Formação Profissional, ele foi atingido por
uma bala na cabeça e estava internado em Tegucigalpa.
Texto Anterior: Equador: Correa anuncia revogação de patentes de medicamentos Próximo Texto: Cerco: Revista impede entrada de pasta de dente e de roupas na embaixada Índice
|