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São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2003

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DIPLOMACIA

Em discurso, presidente americano dirá que o uso da força "às vezes é necessário e nunca é a primeira escolha"

Bush começa tensa viagem ao Reino Unido

DA REDAÇÃO

O presidente George W. Bush aterrissou ontem à noite em Londres para uma histórica e constrangedora visita ao seu principal aliado na Guerra do Iraque, o premiê Tony Blair. Apesar da honra de ter sido convidado para uma visita de Estado, sua passagem pelo Reino Unido deve ser marcada por protestos antiguerra e pelo forte esquema de segurança.
Bush e sua mulher, Laura, foram recebidos no aeroporto de Heathrow pelo príncipe Charles. De lá seguiram de helicóptero até o Palácio de Buckingham, na região de central de Londres, onde ficariam por três dias como hóspedes da rainha Elizabeth 2ª.
Por questões de segurança, no entanto, parte do cerimonial de uma visita de Estado foi cancelada, como o tradicional passeio na carruagem real.
Convidado em junho do ano passado -quando a Guerra do Iraque ainda não era iminente-, Bush é o primeiro presidente americano a ser homenageado com uma visita de Estado desde Woodrow Wilson (1913-21).
Para prevenir ataques terroristas, foram colocadas barreira de concreto em volta do palácio. A polícia britânica escalou cerca de 14 mil policiais para os três dias de visita - quase o triplo do que havia sido inicialmente planejado.
Organizadores dos protestos dizem que reunirão até 100 mil pessoas. O ponto alto está previsto para amanhã, quando será derrubada uma imagem de Bush na Trafalgar Square, em alusão à estátua de Saddam Hussein destruída em 9 abril.
No discurso previsto para hoje, Bush deve dizer aos britânicos que em algumas ocasiões é necessário o uso de força militar, segundo um assessor do presidente.
"Ele dirá que temos de reconhecer que há vezes em que o uso da força é necessário e que nunca é a primeira escolha", disse o assessor. O discurso será feito para uma platéia convidada em vez ser proferido no Parlamento, onde o impopular Bush correria o risco de ser interrompido.

Pesquisa
Duas pesquisas publicadas ontem mostram resultados contraditórios sobre a popularidade de Bush em seu país. Segundo levantamento feito pelo Gallup, 47% desaprovam o governo Bush; a aprovação chega a 50%. A margem de erro é de seis pontos percentuais para cima ou para baixo.
Na outra pesquisa, publicada pela rede de TV "ABC News" e pelo "Washington Post", Bush é aprovado por 57% dos americanos. A margem de erro é de três pontos percentuais.


Com agências internacionais

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