São Paulo, sábado, 19 de novembro de 2005

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Manual do Exército dos EUA veta o fósforo contra alvos humanos

ANDREW BUNCOMBE
DO "INDEPENDENT", EM WASHINGTON

A controvérsia em torno do uso de fósforo branco em Fallujah, no Iraque, ganhou nova dimensão quando ontem veio à tona o fato de o Exército americano ensinar a seus oficiais que é contra as "leis da guerra" disparar a arma incendiária contra alvos humanos.
O manual de instrução da Escola do Comando do Exército, em Fort Leavenworth, afirma que o produto só pode ser empregado para produzir cortina de fumaça.
A discussão corre solta desde o ano passado, quando tropas dos EUA esvaziaram o reduto insurgente de Fallujah, em operação militar de duas semanas, que resultou na morte de 50 fuzileiros navais e 1.200 insurgentes.
Embora os EUA tivessem negado inicialmente o uso de fósforo branco, o Pentágono reconheceu o emprego da arma contra alvos insurgentes e insistiu que tal emprego era permitido.
O Pentágono não soube explicar a discrepância entre sua posição e as diretrizes do manual militar. Um de seus porta-vozes, coronel Barry Venable, disse que "o manual não diz que o fósforo branco é proibido". Afirmou que "a substância foi usada para desalojar insurgentes, para que, então, eles pudessem ser alvejados com munição de poder explosivo".
A convenção da ONU de 1980 sobre armas convencionais proíbe o uso de armas incendiárias contra alvos civis e exige que as forças que as empregam contra alvos militares tomem todas as precauções possíveis para evitar baixas civis.
Foi ainda levantada a questão de se o uso do fósforo branco viola uma convenção de 1993 sobre armas químicas. Os fiscais da convenção dizem que o tratado só permite o uso de armas que não sejam tóxicas.


Tradução de Clara Allain

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