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Manual do Exército dos EUA veta o fósforo contra alvos humanos
ANDREW BUNCOMBE
DO "INDEPENDENT", EM WASHINGTON
A controvérsia em torno do uso
de fósforo branco em Fallujah, no
Iraque, ganhou nova dimensão
quando ontem veio à tona o fato
de o Exército americano ensinar a
seus oficiais que é contra as "leis
da guerra" disparar a arma incendiária contra alvos humanos.
O manual de instrução da Escola do Comando do Exército, em
Fort Leavenworth, afirma que o
produto só pode ser empregado
para produzir cortina de fumaça.
A discussão corre solta desde o
ano passado, quando tropas dos
EUA esvaziaram o reduto insurgente de Fallujah, em operação
militar de duas semanas, que resultou na morte de 50 fuzileiros
navais e 1.200 insurgentes.
Embora os EUA tivessem negado inicialmente o uso de fósforo
branco, o Pentágono reconheceu
o emprego da arma contra alvos
insurgentes e insistiu que tal emprego era permitido.
O Pentágono não soube explicar a discrepância entre sua posição e as diretrizes do manual militar. Um de seus porta-vozes, coronel Barry Venable, disse que "o
manual não diz que o fósforo
branco é proibido". Afirmou que
"a substância foi usada para desalojar insurgentes, para que, então,
eles pudessem ser alvejados com
munição de poder explosivo".
A convenção da ONU de 1980
sobre armas convencionais proíbe o uso de armas incendiárias
contra alvos civis e exige que as
forças que as empregam contra
alvos militares tomem todas as
precauções possíveis para evitar
baixas civis.
Foi ainda levantada a questão de
se o uso do fósforo branco viola
uma convenção de 1993 sobre armas químicas. Os fiscais da convenção dizem que o tratado só
permite o uso de armas que não
sejam tóxicas.
Tradução de Clara Allain
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