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IRAQUE SOB TUTELA
Governo rebate pedido do deputado John Murtha para tirar tropas do Iraque, mas evita criticar congressista
Retirada é rendição, defende-se Casa Branca
DA REDAÇÃO
Um comandante americano no
Iraque veio a público ontem retorquir as críticas feitas na véspera por um deputado oposicionista
e veterano do Vietnã, e a Casa
Branca, que tem empreendido
uma campanha de comunicação
contra os críticos, igualou o pedido de retirada feito pelo democrata John Murtha a uma "rendição".
"As vésperas de eleições democráticas históricas no Iraque não
são o momento para se render ao
terror", disse o porta-voz da Casa
Branca, Scott McClellan, citando
a votação de 15 de dezembro.
A diretora de comunicação da
Casa Branca, Nicolle Wallace, foi
mais comedida que McClellan:
"Não temos nada senão respeito
pelos préstimos do congressista
Murtha ao país. Creio que ele falou de coração. Mas temos sérias
discordâncias políticas".
McClellan disse que Murtha,
que votou a favor do uso da força
contra o Iraque em 2002, está "endossando a posição da ala liberal
radical de seu partido e de Michael Moore", referindo-se ao documentarista que é um dos principais críticos do presidente George W. Bush. Na véspera, Murtha
exigira a retirada imediata das
tropas americanas do Iraque.
Deputados republicanos disseram que querem votar a proposta
rapidamente, com intenção de
derrubá-la. Para isso, contam
com a pressão sobre democratas
que normalmente votariam pela
retirada, mas que, se o fizerem
agora, vão se ver na alça de mira
da Casa Branca e sua campanha.
As críticas à ação no Iraque aumentam, ao passo que a popularidade de Bush cai. Para estancar o
problema, a Casa Branca lançou
há uma semana uma ofensiva para desacreditar os críticos da
guerra, sejam eles governos estrangeiros ou democratas.
Hoje, Bush deve voltar a abordar o tema em um discurso a militares americanos, mas, segundo
seus assessores, evitará ataques
diretos contra os democratas.
O presidente deve falar em "estratégia para a vitória na guerra
contra o terror" e a apontar o Iraque como front importante, além
de dizer que tem um plano para o
país -algo que os democratas o
acusam de não ter. A oposição
também o acusa de mentir sobre
os motivos da guerra.
Em uma base em Balad, no norte do Iraque, o coronel James
Brown, comandante da 56ª Brigada de Combate, criticou o pedido
de retirada. "Aqui, em campo,
nosso trabalho não está completo", disse, ao ser indagado sobre
os comentários de Murtha. "Temos de terminar o trabalho que
começamos aqui. É importante
para a segurança de nosso país."
Com agências internacionais
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