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Na TV, Blair admite "desastre" no Iraque
Em entrevista à rede Al Jazira, premiê britânico diz que dificuldade se deve à minoria que quer guerra
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, chegou a admitir
anteontem que a invasão no
Iraque pelos Estados Unidos e
Reino Unido foi um "desastre",
mas insistiu que as tropas britânicas não serão retiradas prematuramente. A declaração
ocorreu durante uma entrevista anteontem para o jornalista
David Frost, do novo canal de
TV da Al Jazira, em inglês.
Blair fez sua primeira admissão mais forte sobre a crise do
Iraque ao ser questionado se a
intervenção ocidental no país
havia sido "até então mais um
desastre".
Blair respondeu: "Foi. Mas
você sabe que o que digo às pessoas é: Por que isso é difícil no
Iraque? Não é difícil por causa
de algum acidente de planejamento; é difícil porque há uma
estratégia deliberada -a Al
Qaeda com insurgentes sunitas
de um lado e elementos apoiados por iranianos com milícias
xiitas do outro- para criar uma
situação na qual o desejo da
maioria por paz é substituído
pelo desejo da minoria por
guerra".
O premiê ainda insistiu: "Nós
não estamos saindo do Iraque.
Ficaremos o tempo que o governo precisar que fiquemos".
E acrescentou: "Nossa tarefa
tem de ser apoiar os moderados
e os democratas contra os extremistas e sectários".
Pouco depois Downing
Street declarou que Blair havia
sido mal interpretado. Segundo
disse um porta-voz do primeiro-ministro à rede de TV BBC,
Blair "freqüentemente concorda com quem o entrevista" .
Mas a declaração deu subsídio para que a oposição tomasse seu comentário como prova
de que Blair finalmente aceitou
que a estratégia no Oriente Médio fracassou. A exigência para
que o governo inicie um relatório independente sobre o que
deu errado no Iraque desde que
Saddam Hussein foi deposto,
em 2003, também deve ser retomada.
O líder do Partido Libera Democrata, Menzies Campbell,
disse que finalmente Blair aceitou a situação militar no Iraque. Para Campbell, se o premiê aceita o "desastre", seguramente deve ser feito um pedido
de desculpas ao Parlamento e
aos britânicos.
Blair afirmou que pode levar
uma geração a solução dos problemas no Oriente Médio, mas
que não crê que as tropas britânicas precisem ficar no Iraque
todo esse tempo.
Ontem, Blair chegou ao Paquistão para discutir com o ditador Pervez Musharraf sobre
meios de derrotar a insurgência Taleban e lidar com a militância em escolas religiosas.
Com agências internacionais
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