São Paulo, domingo, 19 de novembro de 2006

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Movimento quer Schwarzenegger presidente

DE WASHINGTON

No último dia 7, os democratas bateram os republicanos também nos pleitos aos governos estaduais. No dia das eleições, havia 28 governadores republicanos e 22 democratas. Na manhã seguinte, a proporção se inverteu. Os ganhos entraram na chamada "América profunda": hoje, cinco dos Estados não litorâneos da Costa Oeste são da oposição, ante nenhum há uma década.
Houve uma pedra no meio do caminho da corrida democrata. Uma grande pedra, de 1,83 metro, 96 quilos, 59 anos e sotaque austríaco forte. Arnold Schwarzenegger acabou com Phil Angelides na Califórnia, com 56% dos votos, ante 39% do desafiante. Não é pouca coisa: a Califórnia é o Estado mais rico e populoso dos EUA, responsável pelo maior número de votos (55) que ratificarão no colégio eleitoral a escolha do presidente nas eleições de 2008.
É o segundo oponente que ele manda às cordas, e o faz captando como poucos o desejo do eleitorado: reconheceu os erros das últimas eleições, em que foi derrotado no Legislativo do Estado, e trabalhou com o partido da oposição na aprovação de medidas como aumento do salário mínimo, desconto em remédios com prescrição e -o mais importante- uma ousada lei ambiental que ajudará a diminuir a emissão de gás carbônico no Estado.
Dentro do espírito bipartidário, chegou mesmo a chamar uma democrata para ser sua chefe de equipe. Foi o suficiente para que renascesse um movimento que já rendeu até livro e documentário: o que pede a aprovação da emenda 88, que permite a estrangeiros que tenham se naturalizado norte-americanos há mais de 20 anos concorrer à Presidência.
Hoje, a lei aceita que apenas os nascidos nos EUA ocupem o cargo. Há dezenas de sites, com nomes como "Amend for Arnold", "Arnold for President" e "Arnold for 2008", além de livros como "O Sonho de Um Imigrante" e documentários como "Uma Nação Unida". Indagado se gostaria de concorrer, o "governator", como é chamado, afirmou, em entrevista ao programa "60 Minutes", em 2004: "Claro, absolutamente. Por que não? Pela minha linha de pensamento, eu sempre miro o mais alto. Mas não estou pensando nisso agora".
À época, seu amigo e chefe de partido concorria à reeleição. Agora, com George W. Bush fora do cenário, as coisas podem mudar. (SD)


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