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Movimento quer Schwarzenegger presidente
DE WASHINGTON
No último dia 7, os democratas bateram os republicanos
também nos pleitos aos governos estaduais. No dia das eleições, havia 28 governadores republicanos e 22 democratas.
Na manhã seguinte, a proporção se inverteu. Os ganhos entraram na chamada "América
profunda": hoje, cinco dos Estados não litorâneos da Costa
Oeste são da oposição, ante nenhum há uma década.
Houve uma pedra no meio do
caminho da corrida democrata.
Uma grande pedra, de 1,83 metro, 96 quilos, 59 anos e sotaque
austríaco forte. Arnold Schwarzenegger acabou com Phil Angelides na Califórnia, com 56%
dos votos, ante 39% do desafiante. Não é pouca coisa: a Califórnia é o Estado mais rico e
populoso dos EUA, responsável
pelo maior número de votos
(55) que ratificarão no colégio
eleitoral a escolha do presidente nas eleições de 2008.
É o segundo oponente que
ele manda às cordas, e o faz captando como poucos o desejo do
eleitorado: reconheceu os erros
das últimas eleições, em que foi
derrotado no Legislativo do Estado, e trabalhou com o partido
da oposição na aprovação de
medidas como aumento do salário mínimo, desconto em remédios com prescrição e -o
mais importante- uma ousada
lei ambiental que ajudará a diminuir a emissão de gás carbônico no Estado.
Dentro do espírito bipartidário, chegou mesmo a chamar
uma democrata para ser sua
chefe de equipe. Foi o suficiente para que renascesse um movimento que já rendeu até livro
e documentário: o que pede a
aprovação da emenda 88, que
permite a estrangeiros que tenham se naturalizado norte-americanos há mais de 20 anos
concorrer à Presidência.
Hoje, a lei aceita que apenas
os nascidos nos EUA ocupem o
cargo. Há dezenas de sites, com
nomes como "Amend for Arnold", "Arnold for President" e
"Arnold for 2008", além de livros como "O Sonho de Um
Imigrante" e documentários
como "Uma Nação Unida". Indagado se gostaria de concorrer, o "governator", como é chamado, afirmou, em entrevista
ao programa "60 Minutes", em
2004: "Claro, absolutamente.
Por que não? Pela minha linha
de pensamento, eu sempre miro o mais alto. Mas não estou
pensando nisso agora".
À época, seu amigo e chefe de
partido concorria à reeleição.
Agora, com George W. Bush fora do cenário, as coisas podem
mudar.
(SD)
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