São Paulo, quinta-feira, 19 de novembro de 2009

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Brasil e Argentina reiteram não reconhecer pleito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os governos brasileiro e argentino declararam ontem oficialmente que não reconhecerão o resultado das eleições de Honduras a menos que o presidente deposto Manuel Zelaya seja restituído antes do pleito.
A declaração conjunta, feita após visita da presidente argentina, Cristina Kirchner, ao colega Luiz Inácio Lula da Silva, vem um dia após o Congresso hondurenho anunciar que só pretende avaliar a possibilidade de restituição de Zelaya no dia 2 de dezembro, três dias após as eleições.
"[Caso Zelaya não volte ao poder] estará lançado um precedente extremamente perigoso. Este é o consenso de toda a América Latina e Caribe", disse Lula em discurso.
Os mandatários também pediram o fim das hostilidades em relação à representação diplomática do Brasil em Tegucigalpa, que abriga Zelaya e correligionários desde meados de setembro. O documento pede a preservação da inviolabilidade da embaixada e seus ocupantes, assim como a segurança e a liberdade de movimento dos funcionários da missão.

Bases na Colômbia
Brasil e Argentina declararam ainda que a presença na América do Sul de bases militares de potências estrangeiras é incompatível com a soberania e a integridade territorial dos países da região.
O documento não cita o polêmico acordo entre Colômbia e EUA para o uso de bases no país vizinho, mas expressa a preocupação dos maiores parceiros do Mercosul com a presença de militares americanos na região.
A declaração conjunta de Lula e Cristina reforça a convicção de ambos os governos de que os países da região "têm condições de enfrentar por seus próprios meios os desafios que se apresentam nos campos da defesa e da segurança". O documento destaca a importância da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) como fórum adequado para discussão das questões.
O comunicado reforça a necessidade de acordos de cooperação militar com outros Estados serem acompanhados de garantias formais para que a soberania e a estabilidade dos países sejam respeitadas.


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