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Brasil e Argentina reiteram não reconhecer pleito
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os governos brasileiro e argentino declararam ontem oficialmente que não reconhecerão o resultado das eleições de
Honduras a menos que o presidente deposto Manuel Zelaya
seja restituído antes do pleito.
A declaração conjunta, feita
após visita da presidente argentina, Cristina Kirchner, ao colega Luiz Inácio Lula da Silva,
vem um dia após o Congresso
hondurenho anunciar que só
pretende avaliar a possibilidade de restituição de Zelaya no
dia 2 de dezembro, três dias
após as eleições.
"[Caso Zelaya não volte ao
poder] estará lançado um precedente extremamente perigoso. Este é o consenso de toda a
América Latina e Caribe", disse
Lula em discurso.
Os mandatários também pediram o fim das hostilidades
em relação à representação diplomática do Brasil em Tegucigalpa, que abriga Zelaya e correligionários desde meados de
setembro. O documento pede a
preservação da inviolabilidade
da embaixada e seus ocupantes,
assim como a segurança e a liberdade de movimento dos
funcionários da missão.
Bases na Colômbia
Brasil e Argentina declararam ainda que a presença na
América do Sul de bases militares de potências estrangeiras é
incompatível com a soberania e
a integridade territorial dos
países da região.
O documento não cita o polêmico acordo entre Colômbia e
EUA para o uso de bases no país
vizinho, mas expressa a preocupação dos maiores parceiros
do Mercosul com a presença de
militares americanos na região.
A declaração conjunta de Lula e Cristina reforça a convicção
de ambos os governos de que os
países da região "têm condições de enfrentar por seus próprios meios os desafios que se
apresentam nos campos da defesa e da segurança". O documento destaca a importância
da Unasul (União de Nações
Sul-Americanas) como fórum
adequado para discussão das
questões.
O comunicado reforça a necessidade de acordos de cooperação militar com outros Estados serem acompanhados de
garantias formais para que a soberania e a estabilidade dos
países sejam respeitadas.
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