São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

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Petrobras renegociará, prevê Garcia

DO ENVIADO A LA PAZ

Na capital boliviana para acompanhar o processo eleitoral, o assessor da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse ontem que haverá uma "negociação global" entre a Petrobras e o próximo presidente do país e previu que a campanha eleitoral viabilizará a "legitimidade" do novo governo.
"Não faremos nenhum comentário. Vamos esperar que saia o novo presidente e então haverá uma negociação global com a Petrobras, não só sobre as refinarias mas também sobre os planos da empresa na Bolívia", disse Garcia à Folha, sobre a proposta de nacionalizar duas refinarias da Petrobras, feita por Evo Morales, primeiro colocado nas pesquisas, e de aumentar o preço do gás vendido ao Brasil, de Jorge Quiroga, seu principal adversário.
Desde o agravamento da crise boliviana, em 2003, quando a chamada "guerra do gás" provocou a queda do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada e deixou ao menos 60 mortos, a Petrobras e suas sócias já adiaram investimentos estimados em US$ 3 bilhões no país.
Principal interlocutor do governo Lula no país, Garcia está na Bolívia na condição de representante do Brasil na missão de observadores do Mercosul. Ele elogiou a tranqüilidade e disse acreditar na possibilidade de um "resultado expressivo".
"Depois de todo esse período de instabilidade que a Bolívia viveu, as eleições ocorreram num clima de absoluta tranqüilidade, no qual os candidatos puderam expressar seus pontos de vista" disse Garcia, enquanto visitava um centro de votação instalado dentro do colégio Brasil.
"De um modo, geral, foi oferecido para o eleitorado boliviano um conjunto de propostas que vai permitir que haja legitimidade na próxima Presidência. É bem possível que o resultado seja suficientemente expressivo para que não seja confrontado com esse dilema de transferir a decisão para o Congresso", afirmou.
(FM)


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