São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

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Fotografias de 1980 em Los Angeles captam momento em que Barry virou Barack

Lisa Jack/Time via Bloomberg News
Foto inédita de Obama publicada pela "Time"; na época, ele era calouro na universidade

DO "INDEPENDENT"

Quando um jovem estudante de 19 anos que chamava a si mesmo de Barry Obama apareceu numa pequena universidade de Los Angeles em 1980, ele tinha uma coisa em mente: conhecer garotas.
Mas o habilidoso jogador de basquete descobriu logo que as garotas do campus não queriam esportistas. Então, ele saiu do time de basquete do Occidental College e adquiriu uma nova personalidade: Barry desapareceria para dar lugar a Barack.
Foi mais ou menos nessa época que Lisa Jack, uma fotógrafa aspirante, o abordou e perguntou se ele posaria para fotos de seu portfólio. Do primeiro encontro, Lisa se lembra somente que "ele era uma graça. Do que mais uma garota de 20 anos se lembraria?".
No dia das fotos, ele apareceu de chapéu Panamá e jaqueta de couro. Em uma, aparece sentado numa cama como Jimi Hendrix. Em outra, com um cigarro, parece o escritor que achava que seria.
As fotos ficaram perdidas por 28 anos. Somente quando provocada por um amigo que não acreditava na história, Lisa decidiu perseguir os negativos. Quando os achou, ficou "sem fôlego" com as imagens do jovem Obama.
"Dá para ver que no início ele está apenas posando, mas depois começa a se soltar", disse ela à revista "Time", que anteontem nomeou Obama a personalidade de 2008. "Ele era muito carismático, mesmo naquela época."
No furor da campanha presidencial, Lisa preocupou-se com o possível uso das fotos por rivais de Obama: depositou os negativos numa caixa de segurança para só abri-la depois das eleições. "Essas fotos são históricas e devem ser compartilhadas", afirma Lisa, que hoje é psicóloga.
O período de Obama no Occidental College foi um dos que mais contribuiu para seu desenvolvimento intelectual, como conta no seu livro de memórias "A Origem dos Meus Sonhos". "As escolas que freqüentei não eram voltadas para o atletismo. Para ficar com as garotas, você tinha que ser o cara mais inteligente na cafeteria, e não o melhor em quadra."
Durante um debate intenso, uma estudante negra, Regina, o chamou para a leitura de "O Coração das Trevas", de Joseph Conrad, dizendo que o livro era "racista". Ela perguntou sobre seu nome, Barack. Ele se lembra de ter dito que significa "abençoado" em árabe e que seu avô paterno era muçulmano. "Você se importa que o chame de Barack?", Regina perguntou.
Como David Mendell, biógrafo de Obama, assinala, neste ponto o jovem deve ter pensado o seguinte: "As mulheres devem preferir Barack a Barry". Obama se lembra de ter sorrido para Regina: "Não, desde que você pronuncie certo". Este foi o fim de Barry.


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