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Árabes denunciam uso de urânio em bombas
DA REDAÇÃO
Os países árabes apresentaram ontem na Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA) uma denúncia acusando Israel de ter usado nos ataques contra Gaza uma munição
que contém urânio empobrecido, um material potencialmente cancerígeno que aumenta a
eficiência e a penetração das
bombas e projéteis.
Em carta endereçada à sede
da AIEA, em Viena, em nome
de todos as representações árabes na Áustria, o embaixador
saudita Mansour al Saud pediu
que sejam urgentemente investigados relatos de que vestígios
de urânio foram encontrados
no corpo de vítimas da ofensiva
contra o território palestino.
A denúncia partiu inicialmente de médicos palestinos e
estrangeiros que atenderam feridos e analisaram cadáveres
das vítimas ds ataques contra a
faixa de Gaza.
A AIEA afirmou que está
analisando o caso e anunciou
que se pronunciará em breve.
Até o fechamento desta edição, o governo israelense, que
já foi acusado anteriormente de
usar munições com urânio empobrecido contra alvos palestinos, não havia comentado o
conteúdo da carta dos embaixadores árabes.
Israel também foi novamente acusado ontem de cometer
crimes de guerra. Após a Human Rights Watch na semana
passada, ontem foi a vez da
ONG de direitos humanos
Anistia Internacional afirmar
que o Exército israelense usou
indiscriminadamente munição
à base de fósforo branco contra
áreas densamente povoadas da
faixa de Gaza.
A substância costuma ser
usada para produzir cortinas de
fumaça em zonas de combate
para despistar combatentes
inimigos. Mas o fósforo branco
também é empregado como arma, causando graves e prolongadas queimaduras quando em
contato com a pele.
Seu uso como munição não é
permitido em áreas civis.
Israel disse na semana passada que todas as armas usadas
na ofensiva em Gaza respeitavam o direito internacional.
Segundo, o jornal "The Independent", Israel também pode
ter usado outras armas não-convencionais, como a bomba
com pó de tungstênio, material
que pode se fragmentar e dissolver tecido humano.
Se confirmadas, as práticas
poderiam ser alvo de processo
por crimes de guerra, segundo
avaliação de juristas.
Com agências internacionais
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