São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2009

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Árabes denunciam uso de urânio em bombas

DA REDAÇÃO

Os países árabes apresentaram ontem na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) uma denúncia acusando Israel de ter usado nos ataques contra Gaza uma munição que contém urânio empobrecido, um material potencialmente cancerígeno que aumenta a eficiência e a penetração das bombas e projéteis.
Em carta endereçada à sede da AIEA, em Viena, em nome de todos as representações árabes na Áustria, o embaixador saudita Mansour al Saud pediu que sejam urgentemente investigados relatos de que vestígios de urânio foram encontrados no corpo de vítimas da ofensiva contra o território palestino.
A denúncia partiu inicialmente de médicos palestinos e estrangeiros que atenderam feridos e analisaram cadáveres das vítimas ds ataques contra a faixa de Gaza.
A AIEA afirmou que está analisando o caso e anunciou que se pronunciará em breve.
Até o fechamento desta edição, o governo israelense, que já foi acusado anteriormente de usar munições com urânio empobrecido contra alvos palestinos, não havia comentado o conteúdo da carta dos embaixadores árabes.
Israel também foi novamente acusado ontem de cometer crimes de guerra. Após a Human Rights Watch na semana passada, ontem foi a vez da ONG de direitos humanos Anistia Internacional afirmar que o Exército israelense usou indiscriminadamente munição à base de fósforo branco contra áreas densamente povoadas da faixa de Gaza.
A substância costuma ser usada para produzir cortinas de fumaça em zonas de combate para despistar combatentes inimigos. Mas o fósforo branco também é empregado como arma, causando graves e prolongadas queimaduras quando em contato com a pele.
Seu uso como munição não é permitido em áreas civis.
Israel disse na semana passada que todas as armas usadas na ofensiva em Gaza respeitavam o direito internacional.
Segundo, o jornal "The Independent", Israel também pode ter usado outras armas não-convencionais, como a bomba com pó de tungstênio, material que pode se fragmentar e dissolver tecido humano.
Se confirmadas, as práticas poderiam ser alvo de processo por crimes de guerra, segundo avaliação de juristas.


Com agências internacionais


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