São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2009

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Brasileira diz que prefere Gaza ao Rio

DO ENVIADO A SDEROT

O sotaque é carioca, mas a fidelidade é ao Corão. Embora tenha levado o governo brasileiro a enviar um pedido oficial a Israel para que deixe a faixa de Gaza, Laila Sahahin, 35, está dividida. Por um lado, gostaria de satisfazer o desejo do pai, Farid, que insiste em sair. Como muçulmana, no entanto, acha que seu lugar é em Gaza.
"O Rio é muito quente para eu usar minhas roupas muçulmanas", diz Laila, que nasceu no Rio e mudou-se há seis anos para Gaza, onde o pai nasceu. Há uma semana, o chanceler Celso Amorim mencionou o caso de Laila e do pai em encontro com a colega israelense, Tzipi Livni, que prometeu ajudar.
"O pedido foi feito à Livni? Logo para a maior terrorista de todas?", diz ela.
A partir daí a embaixada brasileira em Tel Aviv e a representação em Ramallah começaram a cuidar dos trâmites para a saída dos dois. Mas Laila está cada vez menos disposta a sair. Com o fim dos ataques, prefere ficar, apesar da saudade da mãe, que vive em São Gonçalo (RJ), e de jaca, sua fruta favorita.
Ela confessa que tem um outro motivo para ficar: a lealdade à luta palestina contra Israel. "Gostaria mesmo é de estar entre os 1.300 mártires".


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