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Hillary surge com novo nome de enviado especial à região
ELISABETH BUMILLER
DO "NEW YORK TIMES"
Pessoas próximas a Hillary
Clinton, futura secretária de
Estado americana, afirmaram
que George Mitchell, ex-líder
democrata no Senado e presidente de uma comissão sobre a
paz no Oriente Médio em 2001,
é um dos principais candidatos
ao posto de enviado especial do
governo Obama ao Oriente Médio. A indicação de Mitchell,
um negociador experimentado
e respeitado, sinalizaria que o
presidente eleito estará atribuindo alta prioridade à região
desde seus primeiros dias de
governo.
Pessoas próximas a Hillary,
que deve ser confirmada no
posto logo depois da posse de
Obama, amanhã, disseram que
não está certo quando ela fará
sua primeira visita oficial à região; secretários de Estado
americanos costumam fazer visitas ao Oriente Médio e à Europa logo depois de assumirem,
mas as eleições israelenses,
marcadas para 10 de fevereiro,
complicam a agenda de Hillary.
Especialistas em assuntos do
Oriente Médio dizem que não é
certo que papel Hillary poderia
desempenhar nas negociações
indiretas entre Israel e o Hamas patrocinadas pelos presidentes Hosni Mubarak, do Egito, e Nicolas Sarkozy, da França. "Eles terão de avaliar se o
envolvimento dela é apropriado, a esta altura", disse Martin
Indyk, antigo embaixador dos
Estados Unidos em Israel.
"Caso os egípcios tenham o
processo básico sob controle,
pode não ser necessário que ela
faça uma visita imediata. O que
ela deve evitar é qualquer impressão de que está se exibindo
quando existe a possibilidade
de que as hostilidades recomecem assim que ela retornar."
Mitchell, 75, foi indicado em
2000, no final da Presidência
de Bill Clinton, para a presidência de uma comissão cuja missão era investigar as causas da
violência continuada no Oriente Médio. Ele divulgou um relatório no segundo trimestre de
2001, quando o governo Bush
ainda estava no começo, pedindo o congelamento da expansão das colônias israelenses na
Cisjordânia e um esforço de repressão ao terrorismo por parte dos palestinos.
Outros especialistas em assuntos do Oriente Médio dizem
que, se Mitchell for indicado
para o posto, ele será visto pelos
dois lados como um negociador
mais duro mas menos parcial
do que enviados mais recentes,
e que isso poderia enervar alguns israelenses.
Mitchell tem ancestrais libaneses e irlandeses. Seu pai, Joseph Kilroy, era um órfão adotado por uma família libanesa
cujo nome foi anglicizado para
Mitchell, e George Mitchell foi
criado como cristão maronita
por sua mãe libanesa.
A indicação de Mitchell seria
forte sugestão de que "Obama
vai descartar a relação exclusiva que vínhamos mantendo
com os israelenses", disse Aaron David Miller, analista político do Centro Internacional
Woodrow Wilson. "Trata-se da
mais clara indicação de que eles
estão tentando injetar um
maior equilíbrio no relacionamento entre Israel e os Estados
Unidos, a meu ver", ele disse.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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