São Paulo, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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"Aumento de contingente é preventivo"

DO ENVIADO A PORTO PRÍNCIPE

O comando militar da Minustah, a missão de paz da ONU no Haiti, considera que aprovação para o envio de mais 3.500 policiais e soldados ao país é "preventiva" e só se tornará efetiva se estudos encomendados para analisar a situação pós-terremoto julgarem pertinente.
A informação é do general Floriano Peixoto, no comando militar da missão. "A chegada das tropas, se houver, ocorrerá segundo nosso julgamento", disse o brasileiro ontem em Porto Príncipe. Segundo o general, o estudo sobre as necessidades militares do país deve ficar pronto nos próximos dias.
"No momento não há nenhum indicador de que a situação de segurança esteja se deteriorando. Por isso, sugeriram [o reforço] num aspecto de prevenção", continuou.

Cerimônia
Numa cerimônia rápida e emocionada, os corpos de 17 militares brasileiros mortos no terremoto da semana passada no Haiti foram embarcados ontem à noite para o Brasil, onde devem chegar hoje.
Cada caixão foi coberto com a bandeira da ONU e uma coroa de flores. Foram levados a um avião Hércules C-130 da FAB (Força Aérea Brasileira) por seus colegas que formam o Brabatt (batalhão brasileiro) da Minustah.
O Brasil foi o país com maior número de baixas entre militares. Ainda há um militar soterrado nos escombros do hotel em que funcionava a sede da Minustah, que desabou, além de um civil atuando na organização. Com isso, o número final de baixas entre os brasileiros deve chegar a 21, incluindo a fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, e o ex-número dois da Minustah, Luiz Carlos da Costa.
"Fomos atingidos dessa forma em razão de nossa presença na área mais afetada pelo terremoto", declarou o comandante do Brabatt, coronel João Batista Bernardes. "Fomos os primeiros a prestar socorro à população haitiana, mas também somos vítimas dessa tragédia. Gostaríamos de regressar juntos ao Brasil, mas o destino não quis assim", afirmou o comandante.
A cerimônia foi acompanhada também pelo novo representante da ONU no país, o guatemalteco Edmond Mullet, pelo embaixador do Brasil no Haiti, Igor Klipman, e pelo general Floriano Peixoto, além de cerca de cem soldados. Muitos choraram quando foi tocado o toque de silêncio pelo batalhão, e os corpos embarcados no avião. (FZ)


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