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"Aumento de contingente é preventivo"
DO ENVIADO A PORTO PRÍNCIPE
O comando militar da
Minustah, a missão de paz
da ONU no Haiti, considera que aprovação para o
envio de mais 3.500 policiais e soldados ao país é
"preventiva" e só se tornará efetiva se estudos encomendados para analisar a
situação pós-terremoto
julgarem pertinente.
A informação é do general Floriano Peixoto, no
comando militar da missão. "A chegada das tropas,
se houver, ocorrerá segundo nosso julgamento", disse o brasileiro ontem em
Porto Príncipe. Segundo o
general, o estudo sobre as
necessidades militares do
país deve ficar pronto nos
próximos dias.
"No momento não há
nenhum indicador de que
a situação de segurança esteja se deteriorando. Por
isso, sugeriram [o reforço]
num aspecto de prevenção", continuou.
Cerimônia
Numa cerimônia rápida
e emocionada, os corpos
de 17 militares brasileiros
mortos no terremoto da
semana passada no Haiti
foram embarcados ontem
à noite para o Brasil, onde
devem chegar hoje.
Cada caixão foi coberto
com a bandeira da ONU e
uma coroa de flores. Foram levados a um avião
Hércules C-130 da FAB
(Força Aérea Brasileira)
por seus colegas que formam o Brabatt (batalhão
brasileiro) da Minustah.
O Brasil foi o país com
maior número de baixas
entre militares. Ainda há
um militar soterrado nos
escombros do hotel em
que funcionava a sede da
Minustah, que desabou,
além de um civil atuando
na organização. Com isso,
o número final de baixas
entre os brasileiros deve
chegar a 21, incluindo a
fundadora da Pastoral da
Criança, Zilda Arns, e o ex-número dois da Minustah,
Luiz Carlos da Costa.
"Fomos atingidos dessa
forma em razão de nossa
presença na área mais afetada pelo terremoto", declarou o comandante do
Brabatt, coronel João Batista Bernardes. "Fomos
os primeiros a prestar socorro à população haitiana, mas também somos vítimas dessa tragédia. Gostaríamos de regressar juntos ao Brasil, mas o destino
não quis assim", afirmou o
comandante.
A cerimônia foi acompanhada também pelo novo
representante da ONU no
país, o guatemalteco Edmond Mullet, pelo embaixador do Brasil no Haiti,
Igor Klipman, e pelo general Floriano Peixoto, além
de cerca de cem soldados.
Muitos choraram quando
foi tocado o toque de silêncio pelo batalhão, e os corpos embarcados no
avião.
(FZ)
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