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Democrata assume "sua guerra" e paga um alto preço por isso
IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na semana em que completa
um ano no poder, Barack Obama viu uma série mortífera de
ataques a Cabul, o engalfinhamento de tropas paquistanesas
e aviões-robôs americanos com
radicais islâmicos e a montagem de um governo impopular
no Afeganistão.
Isso significa que aquela que
foi eleita sua prioridade estratégica, a solução conjunta para
a região conhecida como "Afe-Paqui", é um fracasso? Não.
Mas nem tampouco é possível
dizer que a mudança de rumo
na lida com a fronteira mais exposta da antes chamada guerra
ao terror terá sucesso.
Há três aspectos centrais para abordar seu desempenho.
Primeiro, depois de muita protelação, ele cedeu aos pedidos
militares por mais tropas no
Afeganistão. A concessão foi
parcial: os 30 mil homens a serem enviados eram menos do
que os comandantes queriam, e
ele promete começar a sair em
2011 -como, ninguém sabe.
Se isso resolve as coisas, essa
é outra questão. O Taleban não
é homogêneo, e não há um Estado real como havia no Iraque
para ocupar espaços.
Aí entra o segundo ponto da
estratégia Obama. Ansioso para dar uma resposta de avanço
político, ele forçou a realização
de eleições no país em agosto. O
resultado foi catastrófico, com
uma reeleição claramente fraudada de Hamid Karzai, dependente justamente dos líderes
locais que impedem a coesão de
um Estado afegão.
Por fim, o presidente ainda
não integrou a questão afegã à
paquistanesa. Do lado de lá da
fronteira, o Exército tomou as
rédeas do combate aos terroristas fazendo grandes e midiáticas operações, com apoio dos
americanos e seus robôs Predator -que mataram o líder do
Taleban local. Mas com um governo civil fraco e tirando da
discussão a relação com a rival
Índia, fica difícil falar em "Afe-Paqui". O cenário é outro, buscando uma forma de deixar o
Afeganistão e ver o Paquistão
tão estável quanto possível. Se
vai dar certo, é outra história.
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