São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / GUERRA DEMOCRATA

Obama tem em Wisconsin oitava vitória consecutiva

Pressão aumenta sobre Hillary, para quem êxito em Texas e Ohio em março é vital

Senadora por NY confabula para conquistar delegados de rival, diz site; na disputa republicana, John McCain mantém ciclo de triunfos

DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

Barack Obama avançou ontem em seu recente favoritismo na disputa democrata pela candidatura à Casa Branca ao ganhar a primária do Estado de Wisconsin, em sua oitava vitória seguida nos EUA desde a Superterça, em 5 de fevereiro.
Aproximadamente duas horas e meia após o fechamento das urnas, com 82% de apuração, o senador por Illinois tinha 58% dos votos, contra 41% da ex-primeira-dama Hillary Clinton, segundo a CNN.
"A mudança que buscamos ainda está a meses e milhas de distância, e precisamos do bom povo do Texas para chegarmos lá", disse ele em um discurso em Houston, já em campanha para as prévias no Texas e em Ohio, em 4 de março. "A mudança é possível e nunca precisamos mais dela do que agora."
Do lado republicano, a rede CNN projetou pouco após o fechamento das urnas que o senador John McCain venceria a prévia no Estado de Wisconsin. À 1h45 de hoje em Brasília, com 81% de apuração, ele contabilizava 54% da preferência, contra 37% do ex-pastor batista Mike Huckabee.
Os resultados no "caucus" democrata do Havaí, também realizado ontem, não haviam sido divulgados até o fechamento desta edição.
Mesmo antes da derrota, Hillary Clinton se viu ontem envolvida com outra notícia negativa -a acusação de que sua equipe não está jogando limpo nos bastidores da campanha.
O site Politico.com, um dos mais importantes dos EUA, publicou artigo em que o colunista Roger Simon diz que a campanha da senadora traçou uma manobra para trazer para o seu lado os delegados já conquistados por Obama.
Na mira não estariam os superdelegados -figuras importantes da agremiação, como John Kerry e Al Gore, que votarão em quem quiserem na convenção democrata em agosto, em Denver-, mas os delegados comuns, adquiridos segundo os resultados nas primárias.
Até antes das prévias de ontem, Obama tinha 1.102 delegados e Hillary, 978. Wisconsin e o Havaí distribuirão, respectivamente, 74 e 20 delegados.
A campanha de Hillary negou a informação veiculada pelo colunista, que foi baseada em uma única fonte. Os partidos não proíbem os delegados de mudarem o voto apesar de representarem determinado candidato, mas a atitude é malvista. "Não há regra obrigando o delegado do Obama a votar nele, e com isso alguém pode mudar de lado com a promessa de um cargo na Casa Branca", afirmou à Folha a analista política Pippa Norris, da Universidade Harvard.


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