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São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2003

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Bush anuncia início de ataque

Associated Press


FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

Em pronunciamento de 4 minutos, o presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou ontem às 22h15 (0h15 em Brasília) o início dos ataques norte-americanos contra o Iraque do ditador Saddam Hussein.
"Sob as minhas ordens, as forças da coalizão começaram a atacar alvos militares importantes a fim de minar a capacidade de Saddam Hussein. É o início de uma campanha ampla e concertada com o apoio de 35 países", disse.
Segundo o presidente, a guerra não será "uma campanha de meias medidas. Não aceitaremos nada menos do que a vitória".
O início dos ataques foi definido após Bush ter sido chamado por seus principais assessores por volta das 21h (23h em Brasília). Ele recebeu a notícia de que haveria a possibilidade de atingir com mísseis o comando central das tropas de Saddam se o ataque fosse iniciado imediatamente. Após rápidas conversas com o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, e com o diretor da CIA, George Tenet, o presidente ordenou o ataque.
Minutos antes do pronunciamento de Bush, feito duas horas e 15 minutos após o prazo final dado a Saddam para deixar o Iraque, o Pentágono informava que "alvos de oportunidade" tinham sido atingidos em Bagdá.
Bush voltou a citar a ameaça terrorista contra os EUA para justificar os ataques e lembrou, indiretamente, os eventos de 11 de setembro de 2001, que mataram cerca de 3.000 pessoas. "Vamos enfrentar essa ameaça agora com nossas Forças Armadas para não termos de enfrentá-la mais tarde, com bombeiros, policiais e médicos nas ruas de nossas cidades."
Bush alertou para o fato de que a campanha militar, contra "um país tão grande quanto a Califórnia, poderia ser mais longa e mais difícil do que alguns previram".
Ontem pela manhã, o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, havia dito que ""os americanos devem estar preparados para a perda de vidas" na guerra.
Afirmando que os EUA "não têm nenhuma ambição em relação ao Iraque", a não ser a de restabelecer a liberdade para a sua população, Bush disse que Saddam estaria concentrando militares em áreas civis com o objetivo de usar mulheres e crianças como escudos humanos. Trata-se de "uma atrocidade final contra o seu povo".
Poucas horas antes do ataque, Bush conversou com os seus mais fiéis aliados internacionais, os premiês Tony Blair (britânico) e José María Aznar (espanhol).
Anteriormente, colunas de soldados americanos e britânicos, tanques e caminhões já haviam feito um primeiro avanço sobre a zona desmilitarizada entre o Kuait e o Iraque.
Cerca de 20 mil homens, a maioria com máscaras antigás, e 10 mil tanques se movimentaram na operação -realizada em meio a uma tempestade de areia.
O objetivo foi montar postos de observação em uma faixa de 15 km entre os dois países. Na costa do Kuait, marinheiros foram liberados para dormir mais cedo a fim de se preparar para uma eventual ofensiva na madrugada.
Bush enviou duas mensagens ao Congresso para explicar os motivos da guerra. Nas cartas, ele disse que os esforços diplomáticos "falharam" em proteger os EUA. Ele voltou a relacionar Saddam à rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, e afirmou que a invasão do Iraque "levará à identificação" de outros terroristas que atacaram o país em 11 de setembro de 2001.


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