UOL


São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Força Delta "caçará" ditador iraquiano

DA REDAÇÃO

Grupos de soldados americanos da Força Delta, com equipamentos de alta tecnologia e fotos de seus alvos, desembarcarão nas imediações de Bagdá o mais rápido possível para realizar a missão mais complexa da guerra: capturar ou matar Saddam Hussein.
Segundo o jornal "USA Today", a força de elite de 360 homens (tão secreta que o governo insiste em negar sua existência) recebeu a incumbência de caçar e, se preciso, matar Saddam, seus filhos Qusai e Udai e uma dúzia de militares e membros da cúpula do regime.
Os comandos, que se encontram no Kuait, na Jordânia, na Arábia Saudita e no norte do Iraque, têm sido treinados para essa missão pela CIA há vários anos. Mas não será fácil achar o líder iraquiano em seus abrigos e túneis subterrâneos. Acredita-se que ele tenha pelo menos três sósias, nunca durma duas noites seguidas no mesmo local e seja protegido por cerca de 30 mil seguranças de elite.
Para atingir o objetivo, os EUA estão monitorando o uso de telefones celulares ou por satélite e estão fotografando e vigiando os palácios presidenciais na capital e na cidade natal do ditador, Tikrit. O monitoramento é feito por satélites, aviões-espiões e por forças especiais, já atuantes no país há algumas semanas. Agentes jordanianos estariam trabalhando junto com os EUA, apesar da oposição pública da Jordânia à guerra.
Os EUA também tentam obter a colaboração de militares e civis iraquianos que possuam informações que levem à captura de Saddam e de seu círculo. A CIA fez isso em 2001 no Afeganistão, ao pagar chefes locais que ajudaram a derrubar o Taleban (milícia extremista islâmica que controlava o país e mantinha laços estreitos com a rede Al Qaeda).
Mas, até agora, a recompensa de US$ 25 milhões prometida a quem delatasse Osama Bin Laden não foi entregue a ninguém. E o líder da rede terrorista responsável pelos atentados de 11 de setembro continua desaparecido.
Os comandos da Força Delta serão transportados por helicóptero e, assim que chegarem a Bagdá, utilizarão computadores para interromper as redes de comunicação e de energia sem danificá-las de forma irreversível. Em seguida, coordenarão suas ações com bombardeios aéreos de possíveis esconderijos de Saddam. O objetivo é minimizar as baixas entre a população civil e evitar destruir a infra-estrutura da capital.
Se Saddam tentar fugir, seu comboio será bombardeado ou atacado pelos comandos especiais. Caso se esconda em zonas residenciais, as forças de elite terão de realizar buscas casa a casa.
O mais provável é que o ditador resista em Bagdá. Cerca de 10 mil guardas republicanos (os mais fiéis ao regime) teriam sido deslocados para a capital.
O maior temor é que, ao se ver acuado, Saddam use armas de destruição em massa contra as forças invasoras. Grupos da Força Delta também foram escalados para localizar e assumir o controle de eventuais arsenais de armas químicas, biológicas e/ou nucleares. Segundo o jornal "The New York Times", os EUA enviaram à região especialistas em armas não-convencionais e em desarmamento para ajudar a neutralizar os arsenais iraquianos.
Para os EUA, localizar as armas não-convencionais iraquianas é fundamental não apenas para impedir que venham a ser usadas contra suas forças, mas para provar à comunidade internacional que a intervenção no Iraque era necessária e justificada.


Texto Anterior: Israel ordena à população portar máscara
Próximo Texto: Guerra em casa: Brasileira tem marido no front
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.