DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende fazer nos próximos dias um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão para explicar a posição do governo brasileiro contrária a uma guerra sem autorização da Organização das Nações Unidas.
Segundo a Folha apurou, o conteúdo da mensagem deverá trazer uma posição em favor de soluções pacíficas para conflitos e uma defesa da soberania dos organismos internacionais, notadamente a ONU -que Lula já disse ter sido "desrespeitada" pelos EUA na crise com o Iraque.
Além disso, o governo pretende ajudar refugiados que conseguirem chegar às embaixadas brasileiras na região. "Nós daremos toda a assistência possível dentro dos limites financeiros que temos. Se for necessário, pediremos mais recursos", disse o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores).
Ontem, durante a reunião ministerial na Granja do Torto que discutiu o Plano Plurianual 2004-2007, Lula pediu ao ministro Amorim que fizesse uma exposição sobre a escalada das tensões internacionais e as posições que o Brasil deve adotar com a eclosão da guerra ontem.
Em seguida, o ministério discutiu os prováveis cenários econômicos em caso de guerra.
Após o contato de Lula com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, anteontem, o governo já fala em como definir um papel na reconstrução do Iraque, no esforço humanitário pós-guerra e nas discussões sobre o futuro do Conselho de Segurança.
Amorim deixou claro que, mesmo se forem encontradas armas de destruição em massa no Iraque, o Brasil só apoiaria uma solução armada com o aval prévio do Conselho de Segurança, e dificilmente participaria diretamente em uma ação militar.


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