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Árabes nos EUA
traçam plano
para se defender
DE NOVA YORK
Grupos de defesa dos cerca de 3
milhões de árabes e/ou muçulmanos que vivem nos EUA já instruem a comunidade sobre como
proceder durante a guerra no Iraque.
Assim como o governo americano, árabes e muçulmanos também traçam seus planos de proteção contra crimes de ódio.
Segundo as entidades, a aproximação da guerra havia desencadeado uma escalada de casos de
discriminação nos EUA.
"Nas últimas três semanas, notamos aumento nos crimes de
ódio contra muçulmanos, árabes
e quem aparente ser do Oriente
Médio. Agressões físicas foram
relatadas na Califórnia na Georgia, em Nova Jersey e na Carolina
do Sul", diz Hodan Hassan, coordenador do Cair (Council on
American-Islamic Relations).
Outra organização, a ADC
(American-Arab Anti-Discrimination Committee), aponta na
mesma direção. "Temos notado
muitos casos de discriminação no
trabalho. Só depois do 11 de setembro, registramos mais de
700", diz Leila al Uateima, porta-voz da entidade.
O temor, agora, é que pessoas e
lugares da comunidade árabe sejam alvo de atentados, o que é especialmente válido para o caso de
mesquitas nos EUA. Por isso, resolveram distribuir cartilhas de
instrução para a comunidade.
O Cair, por exemplo, publicou
nesta semana um guia de nove
páginas com todos os passos a tomar de acordo com o problema.
Em caso de ameaça de bomba
em algum prédio, por exemplo, o
texto ensina: "Mantenha a pessoa
na linha o maior tempo possível.
Peça que a mensagem seja repetida. Grave ou escreva tudo o que
ele disser. Informe-o que a detonação da bomba pode atingir
muitas pessoas inocentes".
O guia da ADC, que a entidade
estima ter chegado a 20 mil pessoas, vai na mesma linha: "Caso
seu lugar de trabalho ou escola seja identificado com árabes ou muçulmanos, procure conhecer todas as saídas".
A recomendação, sempre, é levar os casos ao FBI e à polícia.
"Peça que seja tratado como um
crime de ódio. Peça às testemunhas que lhe dêem o nome e informação para contato. Guarde
provas. Tire fotografias. Aja rápido. Anuncie os resultados quando
o incidente tiver sido resolvido",
diz o guia da Cair.
Há instruções, também, para
que líderes árabes e muçulmanos
façam imediatamente reuniões
com autoridades e políticos locais, além de estabelecer contato
com outras minorias para tentar
formar uma coalizão de defesa.
A Cair pede ainda que advogados muçulmanos trabalhem de
graça para a comunidade islâmica
"neste tempo de crise".
O grau de tensão, porém, deverá
depender da temperatura da
guerra. "Se for uma campanha
curta, a maioria dos americanos
que poderiam ter preconceito em
relação a nós se sentirão vitoriosos e provavelmente nos deixarão
em paz", diz Jean AbiNader, do
Arab American Institute.
(RD)
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