São Paulo, sábado, 20 de março de 2004

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Eleição de hoje tem resultado imprevisível

DA REDAÇÃO

Antes mesmo da tentativa de assassinato do presidente Chen Shui-bian, analistas políticos já julgavam imprevisível o resultado da eleição de hoje em Taiwan.
As leis eleitorais da ilha proíbem a divulgação de pesquisas nos dez dias anteriores à votação. Acredita-se que a vantagem do vencedor da disputa entre Chen e o oposicionista Lien Chan deva ser bem estreita -há 16,5 milhões de eleitores.
Chen, que se elegeu em 2000 concorrendo contra o próprio Lien, do Partido Nacionalista (Kuomintang), defende uma posição de independência em relação à China. Ele é acusado pelos nacionalistas -mais favoráveis a uma composição com a China- de explorar eleitoralmente as relações tensas com Pequim.
No final do ano passado, Chen propôs a realização de um referendo, no mesmo dia da eleição presidencial, para que os taiwaneses decidissem se o governo deveria investir em um sistema de defesa contra os mísseis que a China tem apontados para a ilha.
O agravamento das relações sino-taiwanesas tem potencial para causar um grande conflito entre China e Estados Unidos. Por isso, e apesar de dar apoio a Taiwan, os americanos se manifestaram contra a realização do referendo. "Nós nos opomos a qualquer decisão unilateral, seja por parte da China ou de Taiwan, para mudar seu status", disse o presidente George W. Bush em dezembro. França, Alemanha, Japão, Coréia do Sul, Brasil, Paquistão e República Tcheca são outros países que também se manifestaram contra a consulta popular.
Taiwan e China estão separados desde 1949, quando, fugindo da revolução comunista de Mao Tse-tung, o líder nacionalista Chiang Kai-shek se transferiu para a ilha, ganhando proteção militar e econômica dos EUA. Desde então, a China considera Taiwan como uma "Província rebelde" e defende a reunificação.
Com um sistema capitalista e democrático, Taiwan tem todas as instituições que caracterizam um país, como Parlamento, ministérios e Exército. Mas o imenso poderio da China faz com que não seja reconhecida oficialmente pela maioria dos países -em 1971 perdeu o direito de ter uma representação oficial na ONU.


Com agências internacionais


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