São Paulo, sábado, 20 de março de 2004

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ÁSIA

Tentativa de assassinato acontece na véspera da eleição presidencial e do referendo sobre as relações da ilha com a China

Presidente de Taiwan é alvo de atentado

DA REDAÇÃO

O presidente de Taiwan, Chen Shui-bian, e a vice-presidente Annette Lu sofreram ontem uma tentativa de assassinato, na véspera da eleição em que concorrem a novo mandato e de um referendo sobre as relações da ilha com a China. Chen e Lu foram atingidos por tiros, mas passam bem.
O atentado aconteceu durante um evento de campanha na cidade natal de Chen, Tainan. Nenhum suspeito foi preso e ninguém reivindicou a autoria do crime. "As balas vieram de direções diferentes. Pode ser que não tenha sido apenas um atirador", disse Liu Shih-lin, da Polícia Nacional.
Chen, 53, foi alvejado na barriga enquanto estava de pé em um carro conversível cercado por simpatizantes. Cinco horas após ter sido atingido, já estava de volta a Taipé, a capital.
Os médicos disseram que o ferimento não causou danos a órgãos internos -a bala fez um corte de 11 cm de comprimento por 2 cm de profundidade. A vice-presidente, que estava do lado, foi atingida de raspão no joelho direito.
Horas após o ataque, a TV exibiu uma mensagem gravada do presidente. "Graças aos médicos, não há nenhum problema com A-bian", disse Chen, referindo-se a si mesmo com o apelido pelo qual é conhecido. "Não há nenhum problema com a segurança de Taiwan. Por favor, fiquem calmos."
Autoridades eleitorais afirmaram que a votação não será adiada, apesar do ataque -o primeiro do tipo contra um presidente taiwanês. Chen, no entanto, sustenta que, em 1985, o atropelamento de sua mulher, Wu Shu-chen, foi uma tentativa de assassinato e que o Partido Nacionalista estava envolvido. Um veículo de grande porte passou sobre seu corpo três vezes, deixando-a paralisada da cintura para baixo.
Lien condenou o ataque e fez uma visita à Chen na residência oficial do presidente. "Desejamos uma rápida recuperação e o presenteamos com uma caixa de ginseng", disse o rival. O oposicionista Partido Nacionalista (Kuomintang) ofereceu recompensa de US$ 300 mil pela captura dos agressores. Já a polícia prometeu US$ 90 mil por informações que levem aos culpados.
Na China, a notícia do atentado demorou seis horas para ser transmitida à população. Segundo o editor de um portal de notícias, que não quis se identificar, os veículos de comunicação chineses receberam ordem para não noticiar imediatamente o fato.


Com agências internacionais


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