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Grupo Opus Dei manifesta "grande felicidade" pela eleição de Bento 16
DA ASSOCIATED PRESS
O grupo católico conservador
Opus Dei, que tinha forte apoio de
João Paulo 2º, recebeu com alegria a eleição de Joseph Ratzinger
como seu sucessor.
"Este é um momento de grande
felicidade", disse ontem a autoridade máxima do Opus Dei, o bispo Javier Echevarría, prelado da
entidade, em um comunicado no
qual prometeu apoiar o novo
pontífice.
Fundado na Espanha em 1928, o
Opus Dei é o que se chama de
"prelatura pessoal", o que significa que ele não se subordina a um
bispo local, embora precise de
permissão para abrir um escritório em uma diocese.
Echevarría afirmou que "o novo
papa conhece a missão da prelatura e sabe que pode confiar na
dedicação dos padres e leigos que
a compõem para servir a igreja".
O Opus Dei possui mais de 80
mil membros em todo o mundo, a
maioria leiga, mas também conta
com centenas de padres e bispos.
Atribui-se como missão conferir a
pessoas leigas um maior papel na
difusão da palavra de Deus. João
Paulo 2º via o movimento como
uma forma de confrontar a secularização da sociedade e reforçar
sua doutrina conservadora.
Dois dos cardeais que votaram
ontem no conclave são membros
do Opus Dei, e acredita-se que vários outros o apóiem. Mas, segundo o teólogo espanhol Enrique
Magdalena, não há notícia de que
Ratzinger seja filiado a algum movimento no interior da igreja.
"Ele é um homem com uma
personalidade forte, então eu
imagino que o Opus Dei irá analisar de perto suas reações nos próximos meses", afirmou.
Daniel Thompson, professor de
teologia da Universidade Fordham, em Nova York, disse que o
Opus Dei só podia ficar satisfeito
com a eleição de Ratzinger. "Suas
pautas teológicas são bastante similares, e eles também têm a mesma opinião sobre o mundo contemporâneo, o que eu acredito ser
ainda mais importante."
Ambos possuem uma "visão
bastante negativa" da sociedade
ocidental e de suas influências, diz
Thompson, citando em particular
a homilia que Ratzinger proferiu
anteontem (leia texto abaixo), em
que alertava contra uma "ditadura do relativismo" e do liberalismo que permeiam a sociedade,
"todos os "ismos" do mundo contemporâneo que destroem a adesão à verdade do catolicismo".
"Acredito que o Opus Dei possua um pensamento similar sobre
a necessidade de resgatar a Igreja
Católica desse tipo de força e de
manter a pureza da fé", disse
Thompson.
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