São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

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Arafat diz que houve "genocídio" e pede ação de forças internacionais

DA REDAÇÃO

Iasser Arafat, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), classificou as ações de Israel em Rafah como "genocídio" e pediu o envio de forças internacionais "para proteger o povo palestino".
"Convoco o Quarteto [Nações Unidas, Estados Unidos, Rússia e União Européia], os países árabes, a Organização da Conferência Islâmica e o Conselho de Segurança da ONU a tomar as decisões necessárias para enfrentar esses crimes atrozes", disse Arafat na abertura de uma reunião de emergência da liderança palestina em Ramallah (Cisjordânia).
"A retirada de Gaza significa a sua destruição? Já disse que essa retirada era fictícia. São crimes de guerra. Dispararam mísseis contra uma multidão. Um massacre que fere todos os princípios humanos, civilizados e políticos. Eles devem prestar contas", afirmou Arafat.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse a repórteres ter recebido telefonema de Arafat no qual o líder palestino pediu que "a ONU e a comunidade internacional façam algo".
Em viagem à Espanha, o primeiro-ministro palestino, Ahmed Korei, e o premiê José Luis Rodríguez Zapatero pediram um imediato cessar-fogo na faixa de Gaza. "Esses crimes que se cometem diariamente contra o nosso povo expressam e refletem que não há desejo de paz por parte de Israel. Quando Israel fizer um cessar-fogo encontrará em nós um interlocutor confiável", afirmou Korei.
"Trata-se de um crime de guerra, com todas as implicações do termo, cometido por Israel contra nosso povo. É inacreditável que se disparem mísseis contra uma multidão indefesa que se manifesta de forma pacífica", disse Saeb Erekat, ministro palestino das Negociações com Israel.
O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Musa, pediu que a comunidade internacional condene o "massacre". Ele ainda lamentou o silêncio de"alguns importantes setores internacionais".
O Fatah (grupo político de Korei e Arafat) convocou uma greve geral de três dias na faixa de Gaza. Com alto-falantes, ativistas do Fatah em Gaza comunicaram a decisão, "em sinal de dor pelos mártires do campo de refugiados de Rafah e Tal al Sultan [bairro da cidade]". Manifestantes queimaram pneus em protesto. Em Belém, cerca de mil palestinos fizeram uma passeata.


Com agências internacionais


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