São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 2011

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EUA fixam fiança para o ex-diretor em US$ 1 milhão

DE NOVA YORK

A Justiça americana autorizou a saída da prisão de Dominique Strauss-Kahn, o agora ex-diretor-gerente do FMI, sob a condição de pagamento de US$ 1 milhão em fiança. Ele também deve permanecer em prisão domiciliar até o julgamento.
O acordo ocorreu no mesmo dia em que um grupo de jurados decidiu indiciar formalmente Strauss-Kahn por tentativa de estupro, ato sexual criminoso e abuso sexual contra uma camareira do hotel em que ele se hospedava em Nova York.
Ela denunciou o crime no sábado, quando ele foi preso, já a bordo de um avião que o levaria de volta à Europa. Anteontem, Strauss-Kahn renunciou ao seu cargo no FMI.
A pena mais alta para as acusações que o francês enfrenta prevê até 25 anos de prisão. Na última segunda, ele teve seu pedido de liberação sob fiança negado, sob alegação de que havia risco de o suspeito fugir dos EUA.
O pedido agora aceito tem condições rigorosas: ele terá de ficar o tempo todo na casa alugada pela mulher em Nova York, usando uma tornozeleira que monitora seus movimentos, vigiado por vídeo e por um guarda armado.
Strauss-Kahn, que passaria a noite de ontem ainda na prisão antes de ir para casa, teve também que depositar US$ 5 milhões em juízo e renunciar ao direito de não ser extraditado -teme-se que ele volte à França e repita o caso do diretor Roman Polanski, acusado nos EUA, em 1977, de abusar de uma menina de 13 anos e que, desde então, vive na Europa.
Para o procurador John McConnell, a Justiça não deveria ter aceito o pedido de fiança. Ele sugeriu que o valor de US$ 1 milhão é insignificante para o francês.
"A nossa posição é que não existe fiança neste momento que garanta o retorno dele", disse. "Ao longo desse caso ele tem demonstrado uma propensão para conduta criminosa compulsiva."
O juiz que concedeu a fiança disse que, "ao menor problema", poderá mudar suas condições ou até cancelá-la.

PROSTITUTAS
Kristin Davis, uma ex-cafetina americana, afirmou ao jornal britânico "The Telegraph" que Strauss-Kahn era um de seus clientes.
Segundo ela, uma das prostitutas contratadas pelo francês em Nova York era brasileira e, em setembro de 2006, reclamou que ele era "bruto". "Ela me disse para não mandar mais garotas para ele", afirmou Davis.
Meses antes, uma outra mulher já tinha reclamado que ele era "bruto e furioso", de acordo com Davis. O advogado de Strauss-Kahn não quis comentar as afirmações.
(ÁLVARO FAGUNDES)


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