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Distante nas pesquisas, Mockus tenta prolongar a "maré verde"
DA ENVIADA A BOGOTÁ
Maior novidade política da
Colômbia nos últimos oito
anos, a "maré verde" que levou o filósofo e matemático
Antanas Mockus (Partido
Verde) a um improvável posto no segundo turno presidencial tem o objetivo hoje
de ao menos manter a expressiva votação de 30 de
maio passado para se firmar
como força política para as
eleições locais de 2011.
Mockus conseguiu 21,4%
dos votos no primeiro turno
-os outros dez pontos que
lhe atribuíam as pesquisas
acabaram migrando para o
terceiro e o quarto colocados.
E, nas três semanas anteriores ao segundo turno, a
campanha verde, que praticamente não aceitou doações de grande empresários e
se moveu com a colaboração
de voluntários que produziam jingles e cartazes, permaneceu no divã, analisando os erros de comunicação
cometidos na primeira etapa.
O ex-prefeito de Bogotá
que empreendeu pelo país
uma cruzada pela ética e pelo
fim "da cultura do atalho"
-equivalente à do "jeitinho"- não conseguiu atrair
apoios dos derrotados. O Partido Verde não fechou aliança nem mesmo com o esquerdista Polo Democrático, do
senador Gustavo Petro.
Formalmente, o acordo foi
barrado pelas divergências
entre os grupos -o Polo rejeita, por exemplo, o pacto militar de Bogotá e Washington
para instalar base militares
no país-, mas analistas
veem na distância um esforço para manter o movimento
alheio a partidos tradicionais
com vistas às eleições em Bogotá e Medellín ano que vem.
A sigla verde se ancora
num grupo de ex-prefeitos
exitosos, e a ideia é voltar a
governar as cidades para ganhar musculatura política.
A PRAÇA E A TV
À diferença do discurso
por vezes errático da campanha de maio, Mockus tentou
forjar um discurso mais firme
para enfrentar Juan Manuel
Santos nos últimos debates.
Cobrou publicamente o favorito governista pela contratação do marqueteiro venezuelano J.J. Rendón, especialista em "rumorologia", e
mencionou passagens controversas de Santos como a
reunião com chefes paramilitares no fim dos anos 90.
Anteontem, o ex-ministro
da Defesa não descartou que
Rendón, a quem descreveu
como um estrategista "com
ideias claras", venha a participar de seu futuro governo.
Mas, nos duelos onde o governista era tido como presidente virtual pelos entrevistados e inquisidores, o filósofo não eliminou os deslizes.
No último embate, afirmou que não sabia detalhes
sobre o foro privilegiado para
investigação de parlamentares e foi interpelado pela entrevistadora: "Mas, doutor
Mockus, como o senhor quer
ser presidente e não sabe?"
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