São Paulo, domingo, 20 de junho de 2010

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ENTREVISTA

Solução é falar duas línguas, afirma premiê

DO ENVIADO A BRUXELAS

Na última quinta-feira, o premiê demissionário da Bélgica, Yves Leterme, deixava apressado a cúpula do Conselho Europeu -provavelmente a última da qual participou como líder do país-quando foi abordado pela reportagem da Folha.
Ao saber que o repórter era do Brasil, foi logo dizendo: "Sua seleção é a minha favorita na Copa". Em seguida, Leterme falou brevemente sobre a crise política em seu país.

 

Folha - Falando em futebol, a rivalidade entre Flandres e Valônia cada vez mais se parece com uma final de Copa do Mundo. Haverá um vencedor nessa disputa?
Yves Leterme -
É inegável que existe antagonismo entre as duas principais comunidades deste país. Mas até hoje sempre conseguimos obter uma acomodação satisfatória. Por isso, não importa como a partida será disputada, acredito que o resultado será um empate: 0 a 0, 1 a 1 ou 2 a 2.

Como se supera a divisão linguística do país?
Falando nos dois idiomas. Essa é a solução.

A hostilidade crescente entre as comunidades não o preocupa?
Tivemos uma campanha eleitoral muito dura, mas agora é tempo de negociações e compromissos.

Como essa incerteza afetará a Presidência belga da UE, que terá início em julho?
Não acho que afetará. Há um consenso global entre os partidos políticos da Bélgica sobre o futuro da Europa. Somos um país muito pró-europeu, um país aberto. O fato de termos esse consenso entre todas as forças políticas significa que de qualquer forma, seja quem for o governante do país, haverá uma política favorável ao futuro da integração europeia.

E qual o futuro da Bélgica?
A Bélgica é um país em evolução, como outros países. Teremos uma reforma do Estado que fortalecerá as comunidades regionais, mas que também reforçará o governo federal. Com isso, a Bélgica ficará mais forte.

Essa reforma pode evoluir para uma separação entre Flandres e Valônia?
Não, não, não. Trata-se de uma reforma institucional. A separação não está em questão.


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