São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2010

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Cristina anula licença de empresa de Clarín

Fibertel é provedora de serviços de internet

GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

O governo da presidente argentina Cristina Kirchner anulou ontem a licença de operação da empresa Fibertel, que pertence ao Grupo Clarín e oferece serviços de internet a mais de 1 milhão de clientes.
O anúncio alimentou a guerra declarada entre o governo e o Clarín, que detém grande parte do mercado nacional de TV, rádio, meios gráficos e telecomunicações.
Há dois anos, a cobertura jornalística do grupo é explicitamente contrária ao governo, que ataca com ações administrativas e uma nova lei de mídia, aprovada em 2009 e atualmente suspensa pela Justiça.
Segundo o ministro do Planejamento, Julio De Vido, a licença foi anulada porque o capital social da empresa foi absorvido por outra companhia do grupo, a Cablevisión, sem a autorização da Secretaria das Comunicações, que regula o mercado.
Com a fusão, a empresa que havia sido licenciada em 2003 deixou de existir, na interpretação do governo, e o uso atual da licença pela Cablevisión é irregular. De Vido deu um prazo de 90 dias para que os clientes encontrem um novo provedor.
Em nota, a empresa disse que a medida é "claramente abusiva e faz parte de um plano de travas e hostilização administrativa do governo" contra o Clarín.
O grupo disse que a transferência de licença de uma companhia para a outra foi aprovada por outro órgão do Executivo e que recorrerá à Justiça para reverter a decisão anunciada ontem.
Ainda segundo o Clarín, o governo pretende anular a competição no setor de internet para favorecer companhias estrangeiras aliadas.


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