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Atentado mata 7 em tensa região da China
Confrontos entre uigures e chineses han marcam Província de Xinjiang
Segundo versão oficial, uigur explodiu triciclo cheio de explosivos, deixando vítimas
de diferentes etnias
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
Um ataque a bomba na
Província chinesa de Xinjiang matou sete pessoas e feriu outras 14, das quais quatro estão em estado grave.
Foi o episódio mais violento na região desde os conflitos entre muçulmanos da etnia uigur e chineses da etnia
majoritária han há 13 meses,
quando 197 morreram.
O atentado ocorreu em Aksu, cidade de 23 mil habitantes distante 650 km a sudoeste de Urumqi, a capital da
Província. De acordo com a
versão oficial, um uigur conduziu um triciclo carregado
de explosivos até um grupo
de pessoas. O autor do ataque sobreviveu e foi preso em
seguida pela polícia.
Ainda segundo a versão
oficial, as vítimas são de "diferentes minorias étnicas".
No entanto, Dilxat Raxit, ativista uigur exilado na Alemanha, disse à agência de notícias Associated Press que o
aparente alvo era uma unidade policial dedicada a vigiar
os uigures.
Xinjiang corresponde a
um sexto do território chinês
e tem uma ampla fronteira
com países da Ásia Central,
incluindo o Afeganistão. De
clima árido e altitude elevada, abriga uma população relativamente pequena, de cerca de 20 milhões.
O recente incentivo do governo central para que chineses han se mudassem para a
Província acentuou as tensões étnicas numa região que
historicamente teve movimentos pró-independência.
Atualmente, 45% da população é uigur e 40%, han.
Para parte da população
uigur, os han estão rapidamente dominando as principais atividades econômicas
da região por meio de grandes investimentos estatais e
forçam a hegemonia da língua mandarim sobre o uigur,
idioma semelhante ao turco.
HISTÓRICO
Em julho de 2009, choques
entre uigures e chineses han,
em Urumqi, provocaram dezenas de mortes, a maioria
han. Em resposta, o governo
chinês reforçou o número de
soldados e prendeu centenas
de uigures.
Segundo a Anistia Internacional, mais de mil pessoas
foram presas após os conflitos. No mês passado, o jornalista uigur Gheyret Niyaz foi
condenado a 15 anos de prisão, sob a acusação de ameaça à "segurança do Estado".
Em entrevista ontem, antes do ataque, o governador
de Xinjiang, Nur Bekri, disse
que a luta contra separatistas
será "longa, dura e muito
complicada". "O separatismo em Xinjiang tem uma história muito longa, estava aí
no passado, ainda está aqui e
continuará no futuro."
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