São Paulo, quinta-feira, 20 de setembro de 2007

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Ex-premiê israelense confirma ataque à Síria

Segundo jornal britânico, operação teve objetivo de destruir material nuclear fornecido pela Coréia do Norte

DA REDAÇÃO

O líder da oposição israelense e ex-premiê Binyamin Netanyahu confirmou ontem que Israel executou uma operação militar no território da Síria há duas semanas. Foi a primeira confirmação feita por uma personalidade política israelense do misterioso ataque, que voltou a elevar as tensões entre Jerusalém e Damasco.
Netanyahu disse a uma emissora de TV israelense que não apenas sabia da operação, como participou da decisão de executá-la. "Fui parceiro [da decisão], devo dizer, desde o primeiro momento, e dei meu apoio", disse Netanyahu, que governou Israel entre 1996 e 1999 e é um dos principais nomes da linha dura do país na relação com os árabes.
O governo de Israel mantém-se em silêncio sobre o assunto desde que a Síria divulgou a notícia de que aviões do país inimigo haviam invadido seu espaço aéreo, na madrugada do último dia 6, e fugido após serem alvo de artilharia antiaérea. Damasco protestou contra a "ação agressiva" e prometeu reagir "da forma apropriada".
Desde então não houve reação síria além da retórica, e o governo israelense manteve o silêncio total, mas o episódio não parou de crescer na imprensa internacional, com ramificações até no fechado regime norte-coreano.
Em reportagem publicada no último domingo, o jornal britânico "Sunday Times" cita fontes de segurança israelenses e estrangeiras para afirmar que o objetivo do ataque foi destruir material destinado à construção de uma usina nuclear com tecnologia norte-coreana.
Segundo a fonte israelense, o ataque foi motivado por informações de que a Síria estaria preparando um "ataque devastador" contra o Estado judeu. O premiê de Israel, Ehud Olmert, que negou tudo quando a Síria divulgou o ataque, deu declarações ambíguas nos últimos dias, elogiando a "coragem dos soldados" israelenses.
Nenhum dos países envolvidos confirmou a versão, até que nesta semana a imprensa israelense deu voz a mais um incidente ocorrido em território sírio, novamente envolvendo armas de destruição em massa.
De acordo com a respeitada revista de defesa "Jane's", dezenas de militares sírios e engenheiros iranianos morreram em uma explosão ocorrida numa fábrica de armas químicas. O acidente, ocorrido há dois meses, seria uma comprovação da cooperação entre Teerã e Damasco na produção de armas não-convencionais.


Com agências internacionais


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