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Ex-premiê israelense confirma ataque à Síria
Segundo jornal britânico, operação teve objetivo de destruir material nuclear fornecido pela Coréia do Norte
DA REDAÇÃO
O líder da oposição israelense e ex-premiê Binyamin Netanyahu confirmou ontem que
Israel executou uma operação
militar no território da Síria há
duas semanas. Foi a primeira
confirmação feita por uma personalidade política israelense
do misterioso ataque, que voltou a elevar as tensões entre Jerusalém e Damasco.
Netanyahu disse a uma emissora de TV israelense que não
apenas sabia da operação, como participou da decisão de
executá-la. "Fui parceiro [da
decisão], devo dizer, desde o
primeiro momento, e dei meu
apoio", disse Netanyahu, que
governou Israel entre 1996 e
1999 e é um dos principais nomes da linha dura do país na relação com os árabes.
O governo de Israel mantém-se em silêncio sobre o assunto
desde que a Síria divulgou a notícia de que aviões do país inimigo haviam invadido seu espaço aéreo, na madrugada do último dia 6, e fugido após serem alvo de artilharia antiaérea. Damasco protestou contra
a "ação agressiva" e prometeu
reagir "da forma apropriada".
Desde então não houve reação síria além da retórica, e o
governo israelense manteve o
silêncio total, mas o episódio
não parou de crescer na imprensa internacional, com ramificações até no fechado regime norte-coreano.
Em reportagem publicada no
último domingo, o jornal britânico "Sunday Times" cita fontes de segurança israelenses e
estrangeiras para afirmar que o
objetivo do ataque foi destruir
material destinado à construção de uma usina nuclear com
tecnologia norte-coreana.
Segundo a fonte israelense, o
ataque foi motivado por informações de que a Síria estaria
preparando um "ataque devastador" contra o Estado judeu. O
premiê de Israel, Ehud Olmert,
que negou tudo quando a Síria
divulgou o ataque, deu declarações ambíguas nos últimos
dias, elogiando a "coragem dos
soldados" israelenses.
Nenhum dos países envolvidos confirmou a versão, até que
nesta semana a imprensa israelense deu voz a mais um incidente ocorrido em território sírio, novamente envolvendo armas de destruição em massa.
De acordo com a respeitada
revista de defesa "Jane's", dezenas de militares sírios e engenheiros iranianos morreram
em uma explosão ocorrida numa fábrica de armas químicas.
O acidente, ocorrido há dois
meses, seria uma comprovação
da cooperação entre Teerã e
Damasco na produção de armas não-convencionais.
Com agências internacionais
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