|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mídia critica FBI
por silêncio sobre
suspeitos presos
DA REDAÇÃO
O silêncio sobre a detenção de
cerca de 800 pessoas pelo FBI como parte das investigações sobre
os ataques de 11 de setembro nos
EUA começa a despertar críticas
de grupos de defesa das liberdades civis e da mídia americana.
Em editorial publicado ontem,
o jornal "The New York Times"
questiona a necessidade de o Departamento de Justiça omitir "fatos básicos" sobre sua política,
tais como: base legal para as detenções; o número de pessoas detidas como "testemunhas materiais"; o período pelo qual o governo pretende mantê-las presas;
e o número de pessoas que dispõem de representação legal.
O diário cita reportagens publicadas no último dia 15 nos jornais
"Los Angeles Times" e "The Washington Post" que mencionam
alegações de "tratamento abusivo" por vários detidos -incluindo a proibição de terem contato
com advogados e com sua própria família- e pede ao governo
que revele "rapidamente" informações sobre as detenções.
"O secretário da Justiça, John
Ashcroft, insiste em dizer que as
ações do governo são "consistentes com o modelo da lei". Mas a
avareza de seu departamento ao
compartilhar informações não é
reconfortante", afirma o jornal.
"Se, de fato, o governo está tratando seus detentos de forma justa, por que não ser mais aberto? A
divulgação dos fatos rapidamente
ajudaria a descartar as preocupações relativas ao tratamento injusto [dos detentos". Também encorajaria indivíduos com informações relevantes a se apresentarem e, assim, obter avanços na direção dos objetivos investigativos
do departamento."
A ACLU (American Civil Liberties Union) enviou na última
quarta-feira uma carta a Ashcroft
expressando sua "preocupação"
com a falta de informações fornecidas pelo governo sobre as detenções. "A ACLU reconhece que
alguns aspectos dessa importante
investigação são necessária e
apropriadamente confidenciais.
Contudo, em nossa opinião, isso
não inclui fatos tão básicos quanto o número de pessoas presas, a
base sobre a qual elas permanecem detidas e a amplitude de
quaisquer ordens de sigilo que tenham sido emitidas", diz a carta,
publicada no site da organização
na internet (www.aclu.org).
O "The Washington Post" também publicou editorial nesta semana pedindo ao governo que divulgue "informações suficientes"
para provar que está agindo dentro dos limites da Constituição.
Segundo o diário, um "alto funcionário do Executivo" disse que
"o governo, se não estivesse violando as liberdades civis, estava
pelo menos "forçando a barra" do
comportamento aceitável".
Texto Anterior: Afeganistão: Taleban desafia EUA, mas faz proposta Próximo Texto: Paulistano de origem árabe está detido há 1 mês Índice
|