São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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Impasse segue na Bolívia após 2º dia de sessão

DA REDAÇÃO

O impasse entre o governo boliviano e a oposição em torno da convocação dos dois referendos para a aprovação do novo texto constitucional continuava ontem no segundo dia da sessão extraordinária no Congresso. A marcha dos camponeses pró-La Paz iniciada na última segunda-feira estava prevista para chegar hoje à capital.
A avaliação era de que o maior entrave ao acordo é a possibilidade de reeleição prevista no texto. Os governistas defendem que o presidente Evo Morales inicie um mandato sob a nova Carta, se aprovada, e possa ser reeleito, ficando até 2019 no cargo. A oposição, porém, considera que ele já terá cumprido um primeiro termo.
O MAS (Movimento ao Socialismo), de Morales, possui maioria no Congresso, mas não os dois terços necessários para a convocação do referendo, previsto para dezembro.
A sessão conjunta, iniciada no sábado após sucessivos adiamentos, foi monopolizada no primeiro dia pela discussão do estado de sítio no departamento de Pando, decretado em 12 de setembro após a morte de ao menos 18 pessoas em enfrentamentos. Prevaleceu, ao final, a posição governista de manutenção do estado de sítio.
Paralelamente à sessão, uma comissão legislativa, com representantes das principais forças políticas do Legislativo, tentava chegar a um acordo sobre quais artigos da nova Carta, aprovada de forma polêmica no ano passado, seriam modificados. Estima-se que 100 dos 400 pontos do texto possam sofrer alterações.
Em evento comemorativo aos 460 de La Paz, Morales disse que é "obrigação do Congresso" convocar os referendos. Enquanto isso, os cerca de 10 mil participantes da marcha pró-Morales encontravam-se aproximadamente 30 quilômetros ao sul da capital e planejavam chegar hoje ao Congresso para pressionar a oposição por um acordo com o governo.


Com agências internacionais


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