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Governadores da oposição rompem com governo Evo
Decisão de 6 dos 9 departamentos da Bolívia ocorre em protesto à atuação governista na Assembléia Constituinte
O rompimento é uma resposta à adoção, na elaboração da Carta boliviana, da aprovação de leis por maioria simples
David Mercado - 16.nov.06/Reuters
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O presidente Morales, que enfrenta protesto de governadores |
DA REPORTAGEM LOCAL
Os governadores de seis dos
nove departamentos da Bolívia,
todos pertencentes a partidos
de oposição, anunciaram ontem o rompimento do diálogo
com o presidente Evo Morales,
acusado de desrespeitar a Lei
de Convocatória da Assembléia
Constituinte ao aprovar, na última sexta-feira, o sistema de
votação por maioria simples.
O governadores também se
opõem a um projeto de lei impulsionado por Morales no
Congresso que, se aprovado,
permitirá ao Parlamento fazer
moções de censura e até destituir governadores. O partido
governista MAS (Movimento
ao Socialismo) tem a maioria
dos parlamentares, embora esteja em minoria no Senado.
"Romper relação com o Poder Executivo nacional e não
atender a nenhuma convocatória que realize o senhor presidente da República enquanto
não se modificar a linha governamental de desrespeito à lei e
desestabilização institucional
das autoridades eleitas pelo voto popular", diz a nota.
O comunicado foi divulgado
na madrugada pelos governadores de Santa Cruz, La Paz,
Beni, Cochabamba, Tarija e
Pando, onde vive 80% da população boliviana, estimada em 9
milhões de pessoas.
Os governadores da oposição
rechaçam o regulamento da Assembléia, aprovado na sexta-feira pela maioria governista,
segundo o qual todos os artigos
constitucionais da nova Carta
serão aprovados por maioria
simples, o que livra o MAS de
negociar com a oposição.
Os governadores rebelados e
os principais partidos oposicionistas exigem que a aprovação
seja por dois terços, como determina a Lei de Convocatória
aprovada em abril pelo Congresso, já no governo Morales.
Greve
Desde quinta-feira, parlamentares e militantes do partido de oposição UN (Unidade
Nacional), com oito vagas na
assembléia, iniciaram uma greve de fome contra o que chamam de "atropelo" do governo
federal. O principal partido da
oposição, Podemos (Poder Democrático e Social), deve se
reunir hoje para tomar uma posição. O deputado governista
José Pimentel defendeu ontem
a aprovação por maioria simples dos artigos e disse que o
texto final terá de ser aprovado
por dois terços. "Discutir cada
um dos artigos por dois terços
travaria e o processo."
Com agências internacionais
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