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FOCO
Embaixada dos EUA classifica ar de Pequim como loucamente ruim
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
Pior do que péssimo, o que
é? A poluição do ar em Pequim anda tão crítica nos últimos dias que superou os
parâmetros da medição feita
pela Embaixada dos EUA na
China. A solução foi usar a
definição "crazy bad", algo
como "loucamente ruim".
O termo foi apagado mais
tarde pela representação diplomática americana, que
passou a utilizar a expressão
"além do índice" na conta de
Twitter "BeijingAir", que é
atualizada de hora em hora.
A embaixada afirmou que
o uso de "loucamente ruim"
foi inadequado e que estuda
agora uma nova definição
para quando o índice de poluição na capital chinesa ultrapassar o limite atual.
A embaixada mede a presença no ar de partículas menores que 2,5 micrômetros (a
milésima parte do milímetro). Essas minúsculas partículas são consideradas mais
perigosas por penetrar mais
nos pulmões.
A classificação atual segue
uma escala que vai de 0
(bom) a 500 (péssimo).
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda
que o índice não deve ultrapassar 50 na mesma escala.
Desde quarta-feira, o índice superou nove vezes a marca máxima de 500. O último
registro de ar "bom" nos céus
de Pequim aconteceu no domingo passado.
Por causa da poluição, que
encobriu a cidade com uma
densa névoa desde quarta-feira, muitas escolas cancelaram aulas de educação física
ou as transferiram para ambientes fechados.
POLUIÇÃO
Para analistas, a qualidade do ar chinês, o mais poluído do mundo, dificilmente
melhorará no médio prazo,
dada a dependência do país
da energia movida a carvão
(70% do total) e a explosão
na venda de carros -apenas
nas ruas de Pequim, por
exemplo, a frota ganha 1.200
veículos diariamente.
Contra todas as evidências, o governo chinês, que
usa um sistema de medição
menos rígido do que o americano, insiste em que o ar das
cidades está melhorando.
Sem mencionar a metodologia que é utilizada, muito
menos divulgar detalhes sobre os índices medidos, o Ministério da Proteção Ambiental informou, na semana passada, que os níveis de poluição melhoraram no ano passado em 655 cidades pesquisadas pelo país.
Segundo o governo, a qualidade do ar nesses centros é
boa ou adequada 66,7% do
tempo. Além disso, 77% da
população urbana chinesa
estaria satisfeita com as condições ambientais.
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