São Paulo, sábado, 20 de novembro de 2010

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FOCO

Embaixada dos EUA classifica ar de Pequim como loucamente ruim

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Pior do que péssimo, o que é? A poluição do ar em Pequim anda tão crítica nos últimos dias que superou os parâmetros da medição feita pela Embaixada dos EUA na China. A solução foi usar a definição "crazy bad", algo como "loucamente ruim".
O termo foi apagado mais tarde pela representação diplomática americana, que passou a utilizar a expressão "além do índice" na conta de Twitter "BeijingAir", que é atualizada de hora em hora.
A embaixada afirmou que o uso de "loucamente ruim" foi inadequado e que estuda agora uma nova definição para quando o índice de poluição na capital chinesa ultrapassar o limite atual.
A embaixada mede a presença no ar de partículas menores que 2,5 micrômetros (a milésima parte do milímetro). Essas minúsculas partículas são consideradas mais perigosas por penetrar mais nos pulmões.
A classificação atual segue uma escala que vai de 0 (bom) a 500 (péssimo).
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o índice não deve ultrapassar 50 na mesma escala. Desde quarta-feira, o índice superou nove vezes a marca máxima de 500. O último registro de ar "bom" nos céus de Pequim aconteceu no domingo passado.
Por causa da poluição, que encobriu a cidade com uma densa névoa desde quarta-feira, muitas escolas cancelaram aulas de educação física ou as transferiram para ambientes fechados.

POLUIÇÃO
Para analistas, a qualidade do ar chinês, o mais poluído do mundo, dificilmente melhorará no médio prazo, dada a dependência do país da energia movida a carvão (70% do total) e a explosão na venda de carros -apenas nas ruas de Pequim, por exemplo, a frota ganha 1.200 veículos diariamente.
Contra todas as evidências, o governo chinês, que usa um sistema de medição menos rígido do que o americano, insiste em que o ar das cidades está melhorando.
Sem mencionar a metodologia que é utilizada, muito menos divulgar detalhes sobre os índices medidos, o Ministério da Proteção Ambiental informou, na semana passada, que os níveis de poluição melhoraram no ano passado em 655 cidades pesquisadas pelo país.
Segundo o governo, a qualidade do ar nesses centros é boa ou adequada 66,7% do tempo. Além disso, 77% da população urbana chinesa estaria satisfeita com as condições ambientais.


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