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análise
Equipe que assume no dia 20 é centrista
DE WASHINGTON
Barack Obama embarca
hoje para o Havaí, onde
passará parte dos feriados
de fim de ano. Entre a eleição, no dia 4 de novembro,
e ontem, montou um gabinete em tempo recorde,
segundo a organização
não-governamental The
White House Transiction
Project, que registra e estuda as transições presidenciais dos EUA.
Montou também um time de estrelas, que vão de
um Nobel de Física para
comandar a pasta de Energia (Steven Chu) a uma ex-rival e ex-moradora da Casa Branca para ser o rosto
do país no exterior (Hillary Clinton). Bipartidário (há dois republicanos).
Elitista (mais da metade
tem PhD). Clintonista
(mais da metade esteve no
governo de Bill Clinton).
Politicamente correto (há
hispânicos, negros, mulheres). Muitos são os adjetivos para o time.
Um deles parece ser
mais acertado: centrista.
Com exceção da secretária
do Trabalho, anunciada
ontem, não haverá esquerdistas no futuro governo
do ex-senador que ostenta
o registro de votação mais
progressista do Congresso. O presidente eleito
usou o saldo político obtido para dizer à importante
fatia progressista que o
elegeu: confie em mim, eu
serei a mudança, eles serão apenas os agentes dela.
Os primeiros cem dias
mostrarão se ele conseguirá cumprir a promessa.
Seja como for, se os "camisa 10" já estão anunciados, ainda há muito a fazer
no resto. Nos próximos
dias, começarão a aparecer os nomes dos titulares
de cargos de nível abaixo
do de gabinete e os "soldados", os funcionários de
segundo e terceiro escalão
à frente da equipe de cada
secretário e efetivamente
tocarão o dia-a-dia.
Das 7.000 vagas que um
governo deixa para o outro, cerca de 3.000 serão
preenchidas pelos titulares, e um terço delas precisa de confirmação do Congresso. Os primeiros nomes começam a vazar. Um
deles é o do segundo de Hillary no Departamento de
Estado: James Steinberg,
co-diretor da equipe de
transição obamista. Ele
concorre com Richard
Holbrooke, ex-assessor diplomático da campanha
da ex-primeira-dama.
Obama também deixa
incompleto o time de inteligência. Não indicou ainda, por exemplo, quem comandará a CIA, a agência
de inteligência dos EUA.
Seu primeiro candidato,
John Brennan, retirou o
nome depois de vazar que
ele teria apoiado as táticas
violentas de interrogatório implantadas de Bush.
Também não foi confirmado o titular do problemático posto de Diretor de
Inteligência Nacional,
posto criado por Bush em
2005 e que, em tese, unifica as 16 agências de inteligência americanas.
(SD)
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