São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 2008

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análise

Equipe que assume no dia 20 é centrista

DE WASHINGTON

Barack Obama embarca hoje para o Havaí, onde passará parte dos feriados de fim de ano. Entre a eleição, no dia 4 de novembro, e ontem, montou um gabinete em tempo recorde, segundo a organização não-governamental The White House Transiction Project, que registra e estuda as transições presidenciais dos EUA.
Montou também um time de estrelas, que vão de um Nobel de Física para comandar a pasta de Energia (Steven Chu) a uma ex-rival e ex-moradora da Casa Branca para ser o rosto do país no exterior (Hillary Clinton). Bipartidário (há dois republicanos).
Elitista (mais da metade tem PhD). Clintonista (mais da metade esteve no governo de Bill Clinton).
Politicamente correto (há hispânicos, negros, mulheres). Muitos são os adjetivos para o time.
Um deles parece ser mais acertado: centrista.
Com exceção da secretária do Trabalho, anunciada ontem, não haverá esquerdistas no futuro governo do ex-senador que ostenta o registro de votação mais progressista do Congresso. O presidente eleito usou o saldo político obtido para dizer à importante fatia progressista que o elegeu: confie em mim, eu serei a mudança, eles serão apenas os agentes dela.
Os primeiros cem dias mostrarão se ele conseguirá cumprir a promessa.
Seja como for, se os "camisa 10" já estão anunciados, ainda há muito a fazer no resto. Nos próximos dias, começarão a aparecer os nomes dos titulares de cargos de nível abaixo do de gabinete e os "soldados", os funcionários de segundo e terceiro escalão à frente da equipe de cada secretário e efetivamente tocarão o dia-a-dia.
Das 7.000 vagas que um governo deixa para o outro, cerca de 3.000 serão preenchidas pelos titulares, e um terço delas precisa de confirmação do Congresso. Os primeiros nomes começam a vazar. Um deles é o do segundo de Hillary no Departamento de Estado: James Steinberg, co-diretor da equipe de transição obamista. Ele concorre com Richard Holbrooke, ex-assessor diplomático da campanha da ex-primeira-dama.
Obama também deixa incompleto o time de inteligência. Não indicou ainda, por exemplo, quem comandará a CIA, a agência de inteligência dos EUA. Seu primeiro candidato, John Brennan, retirou o nome depois de vazar que ele teria apoiado as táticas violentas de interrogatório implantadas de Bush.
Também não foi confirmado o titular do problemático posto de Diretor de Inteligência Nacional, posto criado por Bush em 2005 e que, em tese, unifica as 16 agências de inteligência americanas. (SD)


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