São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 2008

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Justiça argentina suspende libertação de 17 militares

Ex-oficiais da Marinha são acusados de genocídio

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

A Justiça da Argentina suspendeu ontem uma polêmica decisão que havia autorizado a libertação de um grupo de ex-oficiais da Marinha acusados de genocídio contra presos políticos durante a última ditadura militar do país (1976-1983).
Após forte repúdio de entidades de direitos humanos, partidos políticos e do próprio governo federal, a Câmara Nacional de Cassação Penal suspendeu a decisão mediante recurso do Ministério Público que apontava risco de fuga dos acusados e de sanções internacionais contra a Argentina.
Ao todo, 17 ex-integrantes do regime militar tiveram a liberação autorizada por vencimento de prisão preventiva, entre eles símbolos do terrorismo de Estado argentino, como o ex-capitão de fragata Alfredo Astiz, 57, conhecido como "anjo louro da morte". A maioria dos acusados estava presa desde 2003.
A suspensão veio duas horas depois de o governo Cristina Kirchner -que anteontem classificara a liberação como "vergonha"- anunciar que ia recorrer da medida para evitar um "escândalo jurídico".
Enquanto a discussão sobre a liberação ocorria em Buenos Aires, oito ex-integrantes do regime militar foram condenados anteontem a penas de 7 a 25 anos de prisão por crimes cometidos de 1976 a 1979 no centro ilegal de detenção conhecido como "La Escuelita", na Província de Neuquén, sul da Argentina.
Os acusados -entre eles dois ex-generais de brigada- foram condenados pelos crimes de seqüestro, coação, roubo, associação ilícita e tortura.


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