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Justiça argentina suspende libertação de 17 militares
Ex-oficiais da Marinha são acusados de genocídio
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
A Justiça da Argentina suspendeu ontem uma polêmica
decisão que havia autorizado a
libertação de um grupo de ex-oficiais da Marinha acusados
de genocídio contra presos políticos durante a última ditadura militar do país (1976-1983).
Após forte repúdio de entidades de direitos humanos, partidos políticos e do próprio governo federal, a Câmara Nacional de Cassação Penal suspendeu a decisão mediante recurso
do Ministério Público que
apontava risco de fuga dos acusados e de sanções internacionais contra a Argentina.
Ao todo, 17 ex-integrantes do
regime militar tiveram a liberação autorizada por vencimento
de prisão preventiva, entre eles
símbolos do terrorismo de Estado argentino, como o ex-capitão de fragata Alfredo Astiz, 57,
conhecido como "anjo louro da
morte". A maioria dos acusados
estava presa desde 2003.
A suspensão veio duas horas
depois de o governo Cristina
Kirchner -que anteontem
classificara a liberação como
"vergonha"- anunciar que ia
recorrer da medida para evitar
um "escândalo jurídico".
Enquanto a discussão sobre a
liberação ocorria em Buenos
Aires, oito ex-integrantes do
regime militar foram condenados anteontem a penas de 7 a
25 anos de prisão por crimes
cometidos de 1976 a 1979 no
centro ilegal de detenção conhecido como "La Escuelita",
na Província de Neuquén, sul
da Argentina.
Os acusados -entre eles dois
ex-generais de brigada- foram
condenados pelos crimes de seqüestro, coação, roubo, associação ilícita e tortura.
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