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Rússia pede a Hamas trégua em Gaza
Moscou diz que decisão de não renovar cessar-fogo afetará população civil; Israel ameaça atacar
Apesar de retórica, forças israelenses não reagiram a lançamentos de mísseis, refletindo a relutância do governo em atacar território
DA REDAÇÃO
A Rússia pediu ontem ao grupo islâmico palestino Hamas
que reconsidere a decisão
anunciada na véspera de não
renovar a trégua em vigor desde junho com Israel na faixa de
Gaza. O acordo expirou ontem.
"É indispensável revisar a decisão de pôr fim à trégua. [Isso]
poderá causar novas vítimas e
sofrimento entre a população
civil", disse o governo russo.
O Hamas anunciou anteontem que não renovará o acordo,
acertado informalmente sob
mediação do Egito e que estava
previsto para durar seis meses,
com fim formalizado ontem.
O grupo islâmico alegou que
Israel descumpriu a promessa
de cessar os ataques e levantar
o bloqueio imposto a Gaza desde junho de 2007, quando o
Hamas expulsou do território o
Fatah, do presidente da ANP
(Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, que governa a Cisjordânia.
O acordo também determinava que o grupo islâmico suspendesse os disparos de mísseis contra o território israelense -os ataques continuaram esporadicamente.
Israel afirmou que a trégua
havia sido acertada sem prazo
fixo e ontem ameaçou responder com vigor a qualquer ataque do Hamas. Mas, na prática,
as forças israelenses não reagiram a disparos de mísseis feitos
ontem desde Gaza -não houve
vítimas nem danos.
A falta de ação militar reforça
a tese defendida por analistas
de que o governo israelense não
tem interesse em iniciar um
conflito de larga escala às vésperas da eleição geral de fevereiro, convocada após a renúncia por suspeitas de corrupção
do premiê Ehud Olmert.
Olmert, que ficará no cargo
até que as urnas definam seu
sucessor, e o ministro da Defesa, Ehud Barak, candidato trabalhista ao pleito, temem entrar num confronto de conseqüências imprevisíveis. Olmert
perdeu boa parte de seu capital
político na fracassada guerra
contra o grupo xiita libanês
Hizbollah, em 2006.
Apesar das pressões da direita e até de governistas, que exigem uma ofensiva ampla, Israel
também reluta em atacar Gaza
diante da possibilidade de ter
que reocupar uma área da qual
se retirou em 2005.
Controlar novamente o território teria, além de um alto custo militar e financeiro, um impacto negativo em meio às tentativas de diálogo com a ANP
-Abbas foi recebido ontem em
Washington por George W.
Bush, que qualificou o processo
de paz de "irreversível".
Analistas afirmam que o Hamas a princípio também não
tem interesse em uma escalada
da violência, mas ressaltam que
a situação pode se deteriorar.
Com agências internacionais
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