São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 2006

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AL tem "novo racismo", diz Vargas Llosa

FLÁVIA MARREIRO
DE BUENOS AIRES

O escritor peruano Mario Vargas Llosa acusou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, e o presidenciável peruano Ollanta Humala de "irresponsáveis" por pregarem um novo racismo na região, o "de índios contra contra brancos".
"A raça, a bota e o nacionalismo" são os símbolos da esquerda representada pelo trio, escreveu Llosa em artigo publicado ontem no jornal argentino "La Nación".
"De um tempo para cá e graças a personagens como Chávez, Morales e Humala, o racismo adquire de repente influência e respeitabilidade e, fomentado e bendito por um setor irresponsável da esquerda, converte-se em valor", disse.
O escritor analisou o recente giro internacional de Morales, ironizou seu cabelo e suas roupas -ele não vestiu terno- e disse que é um risco ver em sua vitória na Bolívia uma correção de cinco séculos de injustiça racial no país.
Ele questionou a identidade de Morales como o "primeiro presidente indígena" e defendeu que o conceito de "índio" ou "branco" é, mais do que racial, cultural e de conteúdo "econômico" e "social".
"Tampouco o senhor Evo Morales é um índio, propriamente falando, ainda que tenha nascido numa família indígena muito pobre e sido pastor de lhamas. Basta ouvir seu bom castelhano (...), sua astuta modéstia (...), suas estudadas ambigüidades (...) para saber que Evo é um emblemático "criollo" latino-americano."


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