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AL tem "novo racismo", diz Vargas Llosa
FLÁVIA MARREIRO
DE BUENOS AIRES
O escritor peruano Mario Vargas Llosa acusou o presidente da
Venezuela, Hugo Chávez, o presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, e o presidenciável peruano
Ollanta Humala de "irresponsáveis" por pregarem um novo racismo na região, o "de índios contra contra brancos".
"A raça, a bota e o nacionalismo" são os símbolos da esquerda
representada pelo trio, escreveu
Llosa em artigo publicado ontem
no jornal argentino "La Nación".
"De um tempo para cá e graças
a personagens como Chávez, Morales e Humala, o racismo adquire
de repente influência e respeitabilidade e, fomentado e bendito por
um setor irresponsável da esquerda, converte-se em valor", disse.
O escritor analisou o recente giro internacional de Morales, ironizou seu cabelo e suas roupas
-ele não vestiu terno- e disse
que é um risco ver em sua vitória
na Bolívia uma correção de cinco
séculos de injustiça racial no país.
Ele questionou a identidade de
Morales como o "primeiro presidente indígena" e defendeu que o
conceito de "índio" ou "branco"
é, mais do que racial, cultural e de
conteúdo "econômico" e "social".
"Tampouco o senhor Evo Morales é um índio, propriamente falando, ainda que tenha nascido
numa família indígena muito pobre e sido pastor de lhamas. Basta
ouvir seu bom castelhano (...), sua
astuta modéstia (...), suas estudadas ambigüidades (...) para saber
que Evo é um emblemático "criollo" latino-americano."
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