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Sérvia escolhe líder em eleição centrada em Kosovo e Europa
Primeiros resultados já previam 2º turno entre mandatário
atual, Boris Tadic, e o rival ultranacionalista Tomislav Nikolic
Os dois candidatos rejeitam
a separação da Província;
enquanto líder hoje defende
entrada na UE, desafiante
quer se aproximar da Rússia
DA REDAÇÃO
Os sérvios foram às urnas ontem para escolher seu novo
presidente em uma eleição permeada por discussões sobre a
iminente independência da
Província de Kosovo e sobre a
aproximação com a União Européia. Os dois líderes nas pesquisas -o ultranacionalista Tomislav Nikolic, do Partido Radical Sérvio (SRS), e o atual presidente, Boris Tadic, do Partido
Democrático (DS)- são contra
a separação da Província, mas
diferem quanto aos aliados internacionais futuros.
Na noite de ontem, com 85%
das urnas apuradas, a comissão eleitoral do país informou que Nikolic tinha 39,6%
dos votos, contra 35,5% de Tadic. O segundo turno será no
dia 3 de fevereiro.
Apesar de ser formalmente
parte da Sérvia, Kosovo está
sob administração da ONU
desde 1999, quando a Otan
(aliança militar ocidental) expulsou do território as tropas
do ditador Slobodan Milosevic.
Kosovo é formada por 92% de
albaneses, contra os quais Milosevic tentou empreender
uma limpeza étnica.
Os dois candidatos afirmam
que não recorreriam à violência para evitar a separação de
Kosovo, refletindo anseios populares. Mas, enquanto Tadic
promete manter o país no rumo da entrada na União Européia, Nikolic é tido como "eurocético" e defende a aproximação com a Rússia, aliada histórica que dá respaldo a Belgrado
em sua posição unionista.
Atualmente, a expectativa é
que Kosovo declare a independência logo após o segundo turno sérvio. A data foi um pedido
da UE e dos EUA, que prometem reconhecer a separação. A
declaração, porém, segue recheada de incertezas, já que o
consenso europeu continua difícil: a Espanha, que teme que a
independência infle sentimentos separatistas em seu próprio
território, pressiona pelo adiamento até março, quando ocorrerão suas próprias eleições.
Entre a Rússia e a UE
Segundo analistas, o comparecimento de 58% do eleitorado até as 18h locais de ontem,
acima do esperado, reflete os
temores de liberais normalmente afastados da política de
que uma vitória de Nikolic interrompa reformas econômicas e complique a entrada do
país na UE.
"As pessoas perceberam que
esta é uma eleição decisiva. Dependendo do resultado, a Sérvia decidirá sua orientação futura, em direção à Europa ou à
Rússia. Esse é o maior dilema
no momento", afirma o analista
político local Djordje Vukovic.
Nikolic, cujo partido apoiou
o ditador Slobodan Milosevic,
morto em 2006, já havia se tornado em 2007 presidente do
Parlamento sérvio, alarmando
líderes europeus. Seu partido
radical também se opõe às reformas econômicas promovidas por Tadic.
"A Rússia é um parceiro muito mais próximo da Sérvia, mas
se a UE quer abrir suas portas e
não impuser mais obstáculos,
ficaremos felizes em nos unir a
ela", disse Nikolic, que rejeita
acusações de isolacionismo.
Com agências internacionais
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