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RELIGIÃO
Igreja quer frear a legalização de união legal entre homossexuais, defendida pela esquerda italiana na campanha eleitoral
Vaticano faz ofensiva contra "cultura gay"
DA FRANCE PRESSE
O Vaticano lançou ontem uma
ofensiva contra a cultura gay no
mundo e organizou conferências
com teólogos e psicanalistas com
o objetivo de frear a legalização,
em vários países, do casamento
entre homossexuais e a adoção de
filhos por casais do mesmo sexo.
As palestras vão abordar um tema de grande atualidade em muitos países, o homossexualismo, e
serão ministradas por especialistas de destaque, entre eles o religioso e psicanalista francês Tony
Anatrella, assessor do Vaticano
para a "instrução" que veda homossexuais no sacerdócio.
Organizadas pelo Instituto João
Paulo 2º para a Família, as conferências têm como primeiro objetivo analisar "os riscos decorrentes de negar a diferença sexual",
segundo o folheto informativo sobre elas.
A iniciativa incomum confirma
a preocupação da Igreja Católica
com a tendência crescente no
mundo ocidental a legalizar a
união homossexual, tendência essa que se estende a partidos políticos considerados católicos.
A igreja rejeita qualquer possibilidade de "equiparar" o casal
heterossexual ao casal homossexual e vê a homossexualidade como um "pecado grave", imoral e
contrário à lei natural.
O papa Bento 16 qualificou de
"grave erro" a aprovação de leis
que regulamentem a união entre
homossexuais, incluindo os pactos civis de solidariedade.
Cinco países -Reino Unido,
Espanha, Bélgica, Holanda e Canadá- autorizam o casamento
entre homossexuais, e a França
reconhece os direitos e deveres
das uniões homossexuais, por
meio de um pacto civil.
Falando do início das conferências, Sergio Lo Giudice, presidente da Associação Italiana de Defesa dos Homossexuais, disse: "O
Vaticano é a maior organização
do mundo que se opõe à paridade
de direitos. É uma organização rigorosamente masculina, influente, cheia de dinheiro, que se baseia
na repressão da própria sexualidade e na renúncia da família".
A possibilidade de um dos países mais católicos da Europa, como a Itália, introduzir leis que reconheçam os casais homossexuais levou o Vaticano a lançar
sua ofensiva, meses antes de eleições decisivas no país.
O líder da oposição de esquerda, o católico Romano Prodi, se
comprometeu a reconhecer os direitos dos casais não-casados, incluindo os homossexuais, se vencer as eleições legislativas de 9 e 10
de abril.
Tradução de Clara Allain
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