São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2009

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Rebeldes fazem ataque aéreo no Sri Lanka

Aviões dos Tigres Tâmeis, que o governo alegara ter neutralizado, atingem prédios públicos na capital

DA REDAÇÃO

Dois aviões do grupo separatista Tigres Tâmeis bombardearam ontem prédios públicos no centro de Colombo, capital do Sri Lanka, matando pelo menos duas pessoas e ferindo outras 43.
O primeiro ataque aéreo do grupo desde outubro de 2008 desmentiu a alegação do governo cingalês, que, há duas semanas, anunciara ter inviabilizado todas as pistas de pouso e aeronaves dos Tigres Tâmeis.
Em janeiro, autoridades relataram o início da investida final contra os separatistas, pioneiros no emprego de homens-bomba no mundo. Na operação, o Exército reconquistou a cidade de Kilinochchi, que era a "capital de fato" dos rebeldes.
Apontado como o único grupo insurgente capaz de promover ataques com aviões no mundo, o Tigres Tâmeis lutam por um Estado independente no norte da ilha, de população majoritariamente cingalesa (74%). Cerca de 70 mil pessoas morreram no conflito nos últimos 25 anos.
Segundo um porta-voz militar, os dois aviões se aproximaram de Colombo pouco depois das 21h30 (horário local). O governo então determinou o corte de eletricidade na capital e usou munição traçante (projéteis que deixam rastro luminosos) e baterias antiaéreas.
O Banco Central, o quartel-general da Força Aérea e o principal prédio do fisco, próximo do palácio presidencial, foram alvejados pelos aviões.
As autoridades relataram terem abatido as duas aeronaves. Uma caiu atingindo o edifício do fisco -matou uma pessoa e feriu outras 43. O outro foi derrubado perto de uma base área na cidade de Katunayake.
Testemunhas no aeroporto de Colombo narraram ter ouvido explosões e baterias antiaéreas. Os voos comerciais foram todos desviados para a Índia, mas as autoridades não confirmaram que o local tenha sido atacado.
A despeito de os ataques aéreos dos Tigres Tâmeis terem historicamente causado mais medo que danos, os voos elevam o moral das tropas rebeldes, hoje acossadas nas selvas do noroeste -onde o governo planeja construir campos controlados por militares para onde serão levados os cerca de 200 mil civis tâmeis da área.

Com agências internacionais e o "Financial Times"


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