São Paulo, quarta-feira, 21 de março de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BÁLCÃS

UE não quer que Macedônia negocie com guerrilheiros

Governo macedônio dá ultimato de 24 horas a rebeldes albaneses

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo da Macedônia deu ontem um prazo de 24 horas aos rebeldes de origem albanesa para que se rendam ou deixem o território macedônio, enquanto o Ocidente reiterou sua condenação aos atos praticados por eles.
O Ministério do Interior informou que, se não fossem atacados, os militares macedônios não atacariam as bases dos rebeldes na cidade de Tetovo ao longo do dia de hoje, a partir da 0h.
"Depois desse prazo, as forças de segurança macedônias continuarão a atacar com todos os seus meios as bases dos terroristas até que elas sejam totalmente destruídas", disse o ministério.
O ultimato foi dado horas depois que o Exército macedônio começou a usar tanques de guerra em seus ataques contra as bases dos rebeldes, que se localizam nas montanhas existentes na periferia de Tetovo. Foi a primeira vez que os macedônios usaram tanques para atacar os guerrilheiros.
O chefe da diplomacia da União Européia, Javier Solana, que visitou Skopje para reiterar seu apoio ao governo macedônio, disse que os rebeldes não chegariam a lugar nenhum por meio da violência. "Nada será obtido com o uso de violência. Seria um erro negociar com terroristas, não recomendamos que isso seja feito", disse.
Um grupo de contato internacional, formado por representantes dos EUA, da Itália, da França, da Alemanha, do Reino Unido e da Rússia, também busca uma solução para a questão. Segundo o chanceler italiano, Lamberto Dini, o grupo não mostrará "nenhuma tolerância" em relação aos guerrilheiros.
Um representante dos rebeldes disse que eles estão bem escondidos nas montanhas e que suas bases não foram atingidas durante a ofensiva das forças de segurança macedônias. "Não temos medo deles", disse Sadri Ahmeti, um dos líderes do Exército de Libertação Nacional, da Macedônia.
Os dois principais partidos que representam a comunidade albanesa da Macedônia assinaram uma declaração conjunta, em evento que contou com a presença de Solana, exortando a guerrilha de origem albanesa a abandonar as armas.
"Condenamos o uso de força para alcançar objetivos políticos", disseram. Para Solana, trata-se de um passo importante no sentido de isolar os guerrilheiros.


Texto Anterior: Paraguai: Brindeiro recomenda extradição de Oviedo
Próximo Texto: EUA: Bush diz que EUA não forçarão paz entre palestinos e israelenses
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.