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ÁSIA
Referendo sobre relação com a China fracassa; oposição pede anulação do pleito por conta de pequena diferença de votos
Presidente de Taiwan se reelege após ataque
DA REDAÇÃO
Um dia após sofrer uma tentativa de assassinato, o presidente de
Taiwan, Chen Shui-bian, se reelegeu para um novo mandato de
quatro anos com uma vantagem
de apenas 29,5 mil votos -de um
universo de 13 milhões- sobre
seu adversário, Lien Chan. Mas
Chen sofreu uma derrota política
diante do fracasso de um referendo convocado por ele sobre as relações entre a ilha e a China.
Lien questionou o pleito e pediu
sua anulação, alegando que o resultado foi influenciado pelo episódio da véspera, quando Chen e
sua vice, Annette Lu, foram atingidos de raspão por tiros na cidade natal do presidente, Tainan. Na
manhã de hoje, cerca de mil pessoas, lideradas por Lien, fizeram
uma marcha de protesto diante
da sede do governo, em Taipei,
exigindo a recontagem dos votos.
"Não foi uma eleição honesta. Já
pedimos à comissão eleitoral central que apreenda e lacre todas as
urnas", declarou Lien, chefe do
Partido Nacionalista (Kuomintang). "A pequena diferença de
votos foi obtida em condições
suspeitas, o impacto do atentado
sobre essa eleição foi direto. Até
agora, não tivemos uma explicação clara da verdade sobre os tiros", disse ele.
Pouco foi divulgado sobre as
circunstâncias do atentado. Nenhum suspeito foi preso, e as autoridades já descartaram suspeitas sobre a China, que considera
Taiwan uma "Província rebelde".
"Ninguém sabe de onde veio a
bala", disse Chen. Ontem a polícia
interrogaria uma testemunha que
afirmou ter visto um suspeito, um
homem de meia-idade usando
uma camiseta de apoio a Chen,
segundo o jornal "China Times
Express". Uma recompensa equivalente a US$ 697 mil foi oferecida
a quem der informações.
A comissão eleitoral anunciou
que Chen obteve 6.471.970 votos
contra 6.442.452 de seu adversário. Quando foi eleito pela primeira vez, há quatro anos, Chen obteve uma vantagem de 300 mil votos sobre um partido adversário
dividido entre vários candidatos.
O presidente já fez seu discurso
da vitória. "É uma nova era para a
solidariedade e a harmonia, uma
nova era para a paz", disse. "Pedimos às autoridades em Pequim
que olhem positivamente para o
resultado da eleição e do referendo", afirmou, exortando a China a
retirar os mísseis que tem voltados para o país. Uma das perguntas do referendo era se Taiwan deveria reforçar sua segurança diante dessa situação, e a outra questionava se deveriam ser mantidas
negociações de paz.
Mas o referendo foi um fracasso
político para Chen. A oposição
havia afirmado que o presidente
não tinha autoridade legal para
convocar a consulta e exortou os
eleitores a boicotá-la. A participação ficou em 45%, abaixo dos
50% necessários para validação,
ainda que 92% dos votantes tenham respondido "sim".
A China ainda não se pronunciou sobre os resultados. Antes da
consulta, Pequim dissera que o
referendo era uma "provocação",
enquanto os EUA, a França, o Japão e outros aliados ocidentais de
Taiwan disseram que Chen corria
o risco de desestabilizar sua já delicada relação com Pequim. China
e Taiwan romperam em 1949. A
ilha goza de autonomia, mas não
tem status de país. Pequim quer a
reunificação.
Com agências internacionais
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