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EUA retomam contato oficial com palestinos
Encontro diplomático contraria política israelense
DA ASSOCIATED PRESS
Os EUA fizeram ontem seu
primeiro contato com o novo
governo palestino, nascido de
uma coalizão entre o grupo radical islâmico Hamas e o secular Fatah. Esse contato, entre
um diplomata americano e um
ministro da Autoridade Nacional Palestina, ocorrido apenas
três dias depois da posse do novo governo palestino, encerrou
um boicote de cerca de um ano.
O encontro entre Jacob Walles, cônsul dos EUA em Jerusalém, e ministro das Finanças
Salam Fayyad, indica um rompimento entre Israel e os EUA
no que tange à política em relação aos palestinos. Além do
simbolismo, a reunião pode significar o fim de um longo período de suspensão da ajuda internacional aos palestinos, iniciado quando o Hamas venceu as
eleições parlamentares, em
março do ano passado.
"Esse encontro foi parte de
meus contatos com a comunidade internacional", disse o ministro Fayyad, um economista
renomado e politicamente desvinculado do Hamas e do Fatah. Ele recebeu o cônsul americano na Cisjordânia.
O Hamas, considerado pelos
EUA e pela União Européia oficialmente um grupo terrorista,
ainda detém a maioria dos ministérios palestinos, incluindo
o posto de primeiro-ministro,
ocupado por Ismail Haniyeh.
Mas a inclusão no gabinete ministerial de pessoas consideradas acima das disputas políticas, como é o caso de Salam
Fayyad, que já trabalhou no
Banco Mundial, tornou mais
difícil sustentar uma posição de
boicote total ao governo palestino, como o faz Israel.
Perspectivas
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Sean
McCormack, comentou o encontro entre Walles e Fayyad,
afirmando que ele estava de
acordo com a política americana. "Eu sei que o governo de Israel tem uma perspectiva diferente desse assunto", disse.
Embora Israel já tivesse
mantido contato com membros do moderado Fatah anteriormente, entre eles o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, o premiê Ehud Olmert se
recusa a conversar com um governo palestino que inclua o
Hamas. Isso porque o grupo islâmico não assume explicitamente o compromisso de abrir
mão da luta armada a fim de
fundar um Estado palestino
nem admite o direito de existência ao Estado de Israel.
Olmert se recusa inclusive a
manter negociações de paz
com Abbas, afirmando que as
conversas ficarão limitadas a
assuntos ligados a ajuda humanitária.
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