São Paulo, quarta-feira, 21 de março de 2007

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EUA retomam contato oficial com palestinos

Encontro diplomático contraria política israelense

DA ASSOCIATED PRESS

Os EUA fizeram ontem seu primeiro contato com o novo governo palestino, nascido de uma coalizão entre o grupo radical islâmico Hamas e o secular Fatah. Esse contato, entre um diplomata americano e um ministro da Autoridade Nacional Palestina, ocorrido apenas três dias depois da posse do novo governo palestino, encerrou um boicote de cerca de um ano.
O encontro entre Jacob Walles, cônsul dos EUA em Jerusalém, e ministro das Finanças Salam Fayyad, indica um rompimento entre Israel e os EUA no que tange à política em relação aos palestinos. Além do simbolismo, a reunião pode significar o fim de um longo período de suspensão da ajuda internacional aos palestinos, iniciado quando o Hamas venceu as eleições parlamentares, em março do ano passado.
"Esse encontro foi parte de meus contatos com a comunidade internacional", disse o ministro Fayyad, um economista renomado e politicamente desvinculado do Hamas e do Fatah. Ele recebeu o cônsul americano na Cisjordânia.
O Hamas, considerado pelos EUA e pela União Européia oficialmente um grupo terrorista, ainda detém a maioria dos ministérios palestinos, incluindo o posto de primeiro-ministro, ocupado por Ismail Haniyeh. Mas a inclusão no gabinete ministerial de pessoas consideradas acima das disputas políticas, como é o caso de Salam Fayyad, que já trabalhou no Banco Mundial, tornou mais difícil sustentar uma posição de boicote total ao governo palestino, como o faz Israel.

Perspectivas
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Sean McCormack, comentou o encontro entre Walles e Fayyad, afirmando que ele estava de acordo com a política americana. "Eu sei que o governo de Israel tem uma perspectiva diferente desse assunto", disse.
Embora Israel já tivesse mantido contato com membros do moderado Fatah anteriormente, entre eles o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, o premiê Ehud Olmert se recusa a conversar com um governo palestino que inclua o Hamas. Isso porque o grupo islâmico não assume explicitamente o compromisso de abrir mão da luta armada a fim de fundar um Estado palestino nem admite o direito de existência ao Estado de Israel.
Olmert se recusa inclusive a manter negociações de paz com Abbas, afirmando que as conversas ficarão limitadas a assuntos ligados a ajuda humanitária.


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