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Bush barra depoimentos sobre promotores demitidos
Presidente não quer que Karl Rove deponha sob juramento acerca de acusação de que houve demissões políticas na Promotoria
DO "NEW YORK TIMES"
O presidente dos EUA, George W. Bush, entrou ontem em
conflito com o Congresso, cuja
maioria de cadeiras é ocupada
pela oposição democrata, em
torno da polêmica envolvendo
seu secretário da Justiça, Alberto Gonzales, que é acusado
de demitir oito promotores públicos federais que não seguiam
a linha política da Casa Branca.
O Congresso quer que Karl
Rove, principal conselheiro político de Bush, e Harriet Miers,
ex-conselheira da Casa Branca,
deponham acerca do caso sob
juramento.
Os parlamentares querem
que Miers e Rove respondam
sobre seu papel nas demissões.
O Departamento de Justiça
dos EUA já admitiu que pelo
menos um dos promotores demitidos perdeu o cargo para
que ele fosse ocupado por um
ex-auxiliar de Karl Rove. Os outros sete forma demitidos, segundo o Departamento de Justiça, devido a seu desempenho.
Afirmando que Gonzales já
botou à disposição do Congresso documentos sobre os casos e
que os democratas estão tirando proveito político deles, Bush
disse que não permitirá os depoimentos sob juramento.
"Nós não concordaremos
com essa caça às bruxas injusta", afirmou o presidente, prometendo combater qualquer
tentativa dos democratas de intimar Rove e Miers a deporem.
Alegando que os depoimentos sob juramento violariam
prerrogativas dos cargos ocupados por seus conselheiros,
Bush ofereceu ao Senado, por
meio do atual conselheiro da
Casa Branca, Fred Fielding, a
alternativa de deixar Rove e
Miers deporem privadamente
a parlamentares, mas não sob
juramento nem em audiências
públicas.
"Se Karl Rove pretende contar a verdade, ele não tem que
temer o juramento", afirmou
Harry Reid, senador democrata
de Nevada e líder da maioria na
Casa, ao rejeitar a oferta levada
por Fielding.
"Fiquei feliz de conversar
com o sr. Fielding e aprecio o
fato de ele estar inteiramente
atento a esses fatos", disse Patrick J. Leahy, outro senador
democrata, presidente da Comissão de Justiça do Senado.
"Eu não aceito a oferta", emendou, no entanto.
Ainda ontem, Bush reafirmou seu apoio a Gonzales. O
presidente disse que, embora a
demissão dos promotores federias possa ter sido "desastrada",
não foi despropositada.
Nomeações
Também ontem, o Senado
dos EUA votou pela revogação
da autorização concedida no
ano passado ao governo Bush
para nomear promotores públicos federais sem confirmação pelo Legislativo.
Foi restaurada a regra anterior, pela qual o secretário da
Justiça pode indicar um promotor interino quando uma vaga se abre, enquanto o presidente submete o nome do substituto permanente à aprovação
do Congresso.
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