São Paulo, quarta-feira, 21 de março de 2007

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Bush barra depoimentos sobre promotores demitidos

Presidente não quer que Karl Rove deponha sob juramento acerca de acusação de que houve demissões políticas na Promotoria

DO "NEW YORK TIMES"

O presidente dos EUA, George W. Bush, entrou ontem em conflito com o Congresso, cuja maioria de cadeiras é ocupada pela oposição democrata, em torno da polêmica envolvendo seu secretário da Justiça, Alberto Gonzales, que é acusado de demitir oito promotores públicos federais que não seguiam a linha política da Casa Branca.
O Congresso quer que Karl Rove, principal conselheiro político de Bush, e Harriet Miers, ex-conselheira da Casa Branca, deponham acerca do caso sob juramento.
Os parlamentares querem que Miers e Rove respondam sobre seu papel nas demissões.
O Departamento de Justiça dos EUA já admitiu que pelo menos um dos promotores demitidos perdeu o cargo para que ele fosse ocupado por um ex-auxiliar de Karl Rove. Os outros sete forma demitidos, segundo o Departamento de Justiça, devido a seu desempenho.
Afirmando que Gonzales já botou à disposição do Congresso documentos sobre os casos e que os democratas estão tirando proveito político deles, Bush disse que não permitirá os depoimentos sob juramento.
"Nós não concordaremos com essa caça às bruxas injusta", afirmou o presidente, prometendo combater qualquer tentativa dos democratas de intimar Rove e Miers a deporem.
Alegando que os depoimentos sob juramento violariam prerrogativas dos cargos ocupados por seus conselheiros, Bush ofereceu ao Senado, por meio do atual conselheiro da Casa Branca, Fred Fielding, a alternativa de deixar Rove e Miers deporem privadamente a parlamentares, mas não sob juramento nem em audiências públicas.
"Se Karl Rove pretende contar a verdade, ele não tem que temer o juramento", afirmou Harry Reid, senador democrata de Nevada e líder da maioria na Casa, ao rejeitar a oferta levada por Fielding.
"Fiquei feliz de conversar com o sr. Fielding e aprecio o fato de ele estar inteiramente atento a esses fatos", disse Patrick J. Leahy, outro senador democrata, presidente da Comissão de Justiça do Senado. "Eu não aceito a oferta", emendou, no entanto.
Ainda ontem, Bush reafirmou seu apoio a Gonzales. O presidente disse que, embora a demissão dos promotores federias possa ter sido "desastrada", não foi despropositada.

Nomeações
Também ontem, o Senado dos EUA votou pela revogação da autorização concedida no ano passado ao governo Bush para nomear promotores públicos federais sem confirmação pelo Legislativo.
Foi restaurada a regra anterior, pela qual o secretário da Justiça pode indicar um promotor interino quando uma vaga se abre, enquanto o presidente submete o nome do substituto permanente à aprovação do Congresso.


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