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Incêndio mata 62 em asilo russo
Governo acusa funcionários de negligência; vigia ignorou alarmes e saída de emergência estava trancada
Presidente Putin determina que o Kremlin coordene as investigações sobre a tragédia e sobre explosão em mina que matou 107
DA REDAÇÃO
Um incêndio em um asilo na
Rússia matou ontem ao menos
62 pessoas, entre idosos e funcionários. A hipótese aventada
é que o fogo tenha sido causado
por um curto-circuito, mas integrantes do governo russo admitem que houve negligência
dos responsáveis pelo local.
Segundo uma porta-voz do
Ministério de Emergência russo, o vigia do asilo ignorou dois
alarmes de incêndio até acionar os bombeiros, que levaram
quase uma hora para chegar à
vila de Kamyshevatskaya, na
região do mar Azov, sul do país.
O posto dos bombeiros da vila, que abriga uma escola também, foi fechado em 2006.
A tragédia no sul da Rússia
aconteceu horas depois de uma
explosão de gás metano matar
ao menos 107 pessoas em uma
mina de carvão na Sibéria, no
maior acidente na indústria
mineira desde o colapso da
União Soviética, em 1991.
No final de semana, um avião
caiu na cidade de Samara. Seis
dos 57 passageiros morreram,
mas houve pelo menos 20 minutos de demora até que o resgate das vítimas começasse.
Acusado de ser insensível ou
de não tomar parte das investigações em tragédias anteriores,
o presidente russo, Vladimir
Putin, distribuiu nota em que
declarou luto no país hoje e enviava condolências aos parentes das vítimas. Ele ordenou
que o Kremlin coordene as
apurações sobre as causas dos
três acidentes.
Putin também prometeu investir na segurança de locais
públicos no país - há denúncias de que avisos sobre irregularidades de procedimentos de
segurança são ignorados.
Pelo menos 153 instituições
públicas, entre escolas e hospitais, estão em uma "lista negra"
do Ministério de Emergência
por falta de condições de segurança. Em 2006, quase 18 mil
russos morreram por causa de
incêndios, número bem maior
que a média nos EUA.
No ano passado, o fogo matou 45 mulheres pacientes de
um centro de recuperação de
viciados em drogas em Moscou.
Vários corpos foram encontrados diante da saída de emergência fechada.
Sem saída
O fogo no asilo começou pouco depois da 1h de ontem, horário russo, enquanto a maioria
dormia. Funcionários e moradores tentaram salvar os idosos
quando as chamas já tomavam
conta do prédio.
Pelo menos metade dos velhinhos precisava de ajuda para
caminhar e não conseguiu escapar sozinha. Pior: a chave da
saída de emergência, trancada,
não foi encontrada. Alguns batiam nas janelas pedindo ajuda,
segundo o relato de moradores
e da imprensa local.
Havia 97 pessoas no asilo no
momento do incêndio. Outros
30 idosos ficaram feridos, um
está em estado grave. Entre os
mortos, está uma enfermeira.
"Eu corri até aqui, via as chamas e comecei a tentar ajudar
as pessoas do segundo andar a
sair", disse o morador Yevgeny
Solomin a uma TV. "Mas o que
poderíamos fazer?"
Um funcionário das equipes
de emergência disse a uma TV
russa que o local não possuía
extintores de incêndio e máscaras de oxigênio suficientes.
Com agências internacionais
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