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Governador anuncia repatriação de fundos que Kirchner pôs no exterior
Em 2007, ex-presidente havia dito que dinheiro já tinha voltado à Argentina
DA REDAÇÃO
O governador da Província
argentina de Santa Cruz, Daniel Peralta, anunciou que repatriará na próxima terça os
fundos depositados no exterior
pelo ex-presidente Néstor
Kirchner, que governou a Província entre 1991 e 2003.
Em 1993, Santa Cruz, Província petroleira, obteve vitória judicial e recebeu US$ 535 milhões de "royalties" atrasados
do governo argentino. Kirchner depositou o dinheiro no exterior, primeiro em Nova York
e depois na Suíça.
Em 2005, já na Presidência,
Kirchner anunciou que o então
governador e seu aliado, Carlos
Acevedo, repatriaria o que restara do dinheiro. Em maio do
ano passado, em uma entrevista, o então presidente reiterou:
"Os fundos estão todos repatriados, depositados no Banco
da Província de Santa Cruz".
Reportagem do "La Nación"
da semana passada, porém, revelou que ao menos US$ 390
milhões da Província permanecem depositados no banco Credite Suisse, em Genebra.
"Os fundos voltarão em dólares, na próxima terça. São os
mesmos que soube usar, e muito bem, nosso ex-presidente. É
uma decisão apoiada por ele e
pela presidente [Cristina Fernández de Kirchner]", anunciou anteontem à noite Peralta.
Era esperado que a própria
Cristina, que esteve em visita a
Santa Cruz, falasse sobre o assunto, mas ela não o mencionou -Peralta só fez o anúncio
após sua partida.
Investigação
A decisão de repatriar os fundos não fará o procurador Andrés Vivanco desistir de investigar o caminho que o dinheiro
fez nos últimos 15 anos. "A investigação que eu pretendo que
se realize é sobre o período
1993-2006; se nesse lapso se
cometeu algum delito, isso já é
fato consumado."
Vivanco pediu à Justiça a indagatória de Kirchner, Acevedo
e seus sucessores Héctor Icazuriaga e Carlos Sancho, sob a
suspeita de aplicação indevida
de fundos públicos, peculato e
incumprimento de deveres
funcionais.
Ao anunciar a repatriação do
dinheiro, Peralta disse que
"não se sabe com exatidão"
quanto dinheiro da Província
ainda está no exterior e que essa informação só será divulgada
quando o dinheiro estiver depositado no Banco Nación.
Em 1993, Kirchner recebeu
parte do dinheiro em ações da
petroleira YPF, que valiam US$
19 cada; em 1999, ele as vendeu
por US$ 44,78 cada. Políticos
da oposição dizem que hoje deveria haver mais de US$ 1 bilhão. Kirchner se defende afirmando que parte do dinheiro
foi investida em obras na Província -só são oficialmente conhecidos US$ 128,5 milhões investidos dessa maneira.
"Devemos celebrar que Santa Cruz recupere os fundos.
Mas temos que avaliar se o que
voltou é tudo que deveria voltar. São 15 anos de operações financeiras desconhecidas", afirmou o deputado oposicionista
Claudio Lozano.
Com agências internacionais
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