DA REDAÇÃO

Uma organização não-governamental que reúne vítimas de paramilitares na Colômbia anunciou que pedirá na próxima semana ao presidente Álvaro Uribe que destitua José Obdulio Gaviria, um de seus assessores mais próximos. O Movice (Movimento Nacional de Crimes do Estado) o acusa de incitação à violência.
"Pedimos ao senhor presidente que o destitua: a incitação à violência é um grave delito", diz documento do Movice. Seu porta-voz, Iván Cepeda, explicou que o pedido é parte de uma série de ações políticas e judiciais contra Gaviria.
O assessor declarou que uma marcha realizada no dia 6 de março em Bogotá contra crimes dos paramilitares e de agentes do Estado havia sido "convocada pelas Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia]".
Depois da marcha -uma espécie de resposta da oposição a outra manifestação de massa, no dia 4 de fevereiro, contra as Farc e que teve o apoio do governo- seis ativistas do movimento antiparamilitarismo foram mortos.
O Movice atribuiu os assassinatos a integrantes do grupo Águias Negras, formados por antigos paramilitares das AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia) que haviam se desmobilizado após acordo com o governo Uribe, em 2003. Segundo a ONG, as declarações de Gaviria "geraram um ambiente propício à violência".